E aí! Tudo bem?
Criei um canal no YouTube recentemente, e seria incrível se você pudesse se inscrever e dar uma forcinha pra esse meu projeto, vou falar de animes e outros tópicos!! Estarei profundamente grata e agradeço, desde já! https://youtu.be/l8dtvlwURjk?si=ufITfLxYH75vVHtO
Seishun Buta Yarou wa Yumemiru Shoujo no Yume wo Minai
Que enredo! Que excelente trabalho! Uma trama com bastante conteúdo, com dilemas, com dramas, com um ritmo confortável, com belas músicas e com personagens tocantes que emocionam o público a ponto de derramar lágrimas.
Primeiramente, essa parada de enredo. O filme pode até ter uma história, mas acredite, não é nenhuma obra-prima. A trama gira em torno de dilemas adolescentes e dramas meio batidos, como se fossem reciclados do fundo do baú. E quanto a esse ritmo confortável, bom, acho que o ritmo às vezes é tão devagar que faz uma lesma parecer Usain Bolt. Há momentos em que a narrativa parece se arrastar, deixando o espectador olhando para o relógio. Agora, as belas músicas... é verdade, a trilha sonora é boa, mas convenhamos, isso por si só não salva um filme da mediocridade. Tem muito filme por aí com músicas incríveis, mas que são verdadeiras bombas em termos de enredo e desenvolvimento de personagens.
Em primeiro lugar, é necessário esclarecer alguns conceitos. História, enredo, roteiro e narrativa; são palavras que, muitas vezes, são usadas como sinônimos, mas não são sinônimos. A história é o que ocorre. O enredo ou trama é o motivo pelo qual as coisas ocorrem, os encadeamentos motivacionais. Roteiro é uma sequência ordenada de eventos ao longo do tempo e espaço. A narrativa é como os eventos são relatados. De acordo com Forster, "O rei morreu, e então a rainha morreu é uma história, enquanto o rei morreu, e portanto, a rainha morreu de tristeza, é um enredo". https://www.youtube.com/watch?v=9Lo4_IP-1Ow
O enredo é ruim por tratar de dilemas de adolescentes?! Sendo assim, vou parar de assistir animes agora mesmo. A afirmação de que a "trama" é ruim apenas por ter dilemas de adolescentes e dramas, é uma análise muito superficial, simplista, subjetiva e preconceituosa. A afirmação de que o ritmo é ruim, com o argumento "acho", também não é superior ao argumento anterior.
Sobre o que é a trama:
É de uma jovem que, devido a uma síndrome, adquiriu a capacidade de usar a lei da relatividade geral para voltar no tempo. Essa jovem volta no tempo para realizar alguns sonhos com o protagonista. A admiração pelo protagonista esconde uma revelação: o protagonista morreu e a jovem recebeu o coração dele. O personagem principal fica desconfiado do que acontecerá quando vê uma cicatriz no peito da jovem do futuro, pois conhecia a versão dela do presente que sofria do coração e precisava de um transplante. Após ser questionada, a jovem revela o que acontecerá no dia 24 de dezembro daquele ano. Causando um conflito para o protagonista, uma vez que, se não comparecer a este local, não morrerá, mas a garotinha que ele visitava todos os dias no hospital morrerá e ele roubará o futuro da jovem que o avisou. O protagonista percebe-se enganado pela jovem do futuro em relação ao local da sua morte, para evitar que ele morra. A fim de dar a sua vida em troca de salvar a garota, ele corre para o lugar correto que deveria morrer. Sua namorada, no entanto, o encontra no exato momento em que o protagonista seria atropelado, se jogando ela o empurra e assim, morrendo em seu lugar. A menina doente recebe o coração da namorada do protagonista, mantendo a existência da jovem do futuro. O protagonista, com a ajuda dessa jovem que viaja no tempo, retorna com ela ao passado anterior ao acidente. Chegando ao passado, o protagonista enfrenta um momento em que ninguém consegue perceber a sua existência. Dessa forma, ele se veste de coelho e vai até uma estação de metrô a fim de tentar encontrar alguém que pudesse o vê, assim como aconteceu com sua namorada na primeira história dessa série. Após encontrar alguém que o visse, adquiriu a capacidade de interagir com outras pessoas, e vai tentar salvar a sua namorada. O protagonista acaba impedindo que ele e sua namorada percam a vida e consequentemente a garotinha fica sem um coração. A versão do futuro do protagonista se funde com a do presente e a jovem do futuro desaparece. Para evitar todo o sofrimento, a garotinha doente que também tem o mesmo poder da sua versão do futuro volta no tempo. Reescreve toda a história desde os primórdios do seu poder, produzindo um efeito borboleta, onde nenhum dos personagens da trama se conheceriam da mesma forma e ninguém saberia quem era ela. A história termina com uma cena emocionante, onde o protagonista com a sua namorada reencontra a garotinha na praia.
Feita essa descrição da trama, quantos animes tem uma trama parecida com essa para poderes chamá-la de batida? Outra coisa, ainda que seu ponto fosse verdadeiro, um enredo para ser bom não necessariamente precisa ser original. Um enredo para ser bom precisa conseguir passar emoções.
E falando em personagens, é aqui que a porca torce o rabo. Sim, eles são tocantes, mas de um jeito tão previsível que chega a ser meio entediante. Parece que os personagens seguem um manual de como ser clichês e a história não faz muito para desafiá-los. É como assistir um desfile de estereótipos adolescentes que já vimos mil vezes antes. E as lágrimas? Cara, não sei, mas acho que as lágrimas que rolam durante o filme são mais de tédio do que de emoção genuína. A tentativa de apelar para o lado emocional acaba soando forçada, como se o filme tentasse te obrigar a sentir alguma coisa em vez de conquistar essa emoção naturalmente. E derramar lágrimas não é o único critério de qualidade, e, se um filme depende disso pra ser bom, talvez seja hora de repensar a coisa toda.
Isso só pode ser uma pegadinha, você mandou uma IA fazer esse texto, ela pegou argumentos aleatórios, coisas genéricas que usam para quaisquer coisas, e você jogou para mim como se tivesse dizendo algo. Quando eu li a parte de “personagens seguem um manual de como ser clichês” coloquei a mão no rosto e literalmente comecei a passar muito mal. Impossível você ter assistido esse anime. Uma das coisas mais comentadas na comunidade sobre essa obra é de como todos os personagens fogem totalmente do clichê. Até o Marco fez um vídeo sobre o protagonista ser 100% Anti-Clichê.
É 100% ANTI-CLICHÊ: https://www.youtube.com/watch?v=wPbAd2Lbdeg
Não quero desmerecer o filme, mas essa "nota 10" é um baita exagero. Tem muito filme por aí que consegue entregar enredos mais envolventes, personagens mais cativantes e emoções mais genuínas. Sei que gosto é gosto, mas precisamos manter os pés no chão e não deixar o entusiasmo nos fazer superestimar as coisas.
Não quer desmerecer, então por que o uso do "mas"? Sei! Quanto as depreciações contra mim com insinuações de favoritismo e de falta de profissionalismo. Saiba que eu vejo de tudo, dou dez para todos os tipos de propostas, inclusive para animes que não são do meu gênero favorito. Claro, desde que tenha as qualidades daquilo que eu considero um dez. Recentemente fiz algumas mudanças nas descrições do meu perfil, mas por muitos anos a minha metodologia esteve nele para todo mundo ver. A objetividade ela existe, apesar que somos limitados e imperfeitos, e qualquer avaliação tenha um grau de subjetividade. Isso não justifica que a objetividade como a busca da verdade não deva ser perseguida como meta. Por tanto, em todas as minhas avaliações eu sou criterioso e uso de metodologia.
Kenpuu Denki Berserk
Tem o traço do Miura e é bem feito graficamente para seu tempo, dispondo de muita violência, ação e aventura, mas tudo isso são detalhes para a ótima direção e seu esplendido roteiro. Rico em conteúdos como: maquiavelismo, existencialismo, etc.
Olha, meu camarada, eu entendo que tem uma galera que adora o anime antigo de Kenpuu Denki Berserk, mas quando a gente compara com o mangá, a história muda de figura. Não tem como dar um "Nota 10" de boa quando temos em mãos a obra-prima original. Vamos dar uma olhada nos motivos pelos quais essa adaptação fica a dever comparada ao mangá.
A existência ou ausência de um mangá não fará com que o anime seja bom, ou ruim, logo não faz sentido dar uma nota por conta disso. Tem até um nome para esse seu argumento, se chama Falácia Genética. Recordo de uma vez que conversei com o fulano sobre Devil May Cry, na qual ele argumentou que o anime é ruim porque não é canônico com a história do jogo que adaptou. Embora durante muito tempo o anime não tenha sido considerado canônico, na ocasião em que conversei com o fulano havia surgido uma continuação do jogo, que tornava o anime canônico. Quando revelei isso para todos após o Ig0y apresentar o seu argumento, a situação durante o embate ficou extremamente constrangedora; e bastante hilária, pois ele ainda tentou manter o ponto.
Em primeiro lugar, o traço do Miura. Tudo bem que ele é um gênio e o traço dele é único, mas a adaptação para a tela é uma versão bem simplificada do que o mangá tem a oferecer. Não dá pra traduzir a riqueza dos detalhes e a complexidade das cenas no papel para a tela, e isso acaba prejudicando a experiência. Pra completar, o anime sofre com uma qualidade gráfica que não envelheceu bem, e isso deixa muito a desejar, principalmente em lutas e cenas de ação. A tal violência, ação e aventura são coisas que o mangá tem em abundância, mas o anime não consegue transmitir isso da mesma forma. Muitas vezes, parece que a violência é usada como um artifício fácil para tentar compensar as limitações da animação. Não tem a mesma profundidade que o mangá oferece, onde a violência tem um propósito e é parte intrínseca da história.
Uma coisa é manter o traço, o estilo da arte, outra coisa é pedir que o anime tenha o mesmo nível de detalhamento do mangá. Devido principalmente aos conceitos, a arte do Miura é bastante apreciável, independente do detalhamento. Reforço que valorizo essa arte, mas como coloquei na tag, a arte é um detalhe comparado ao peso da direção e do roteiro.
Berserk é composto por um anime de 1997, pelos filmes que são o anime de 1997 picotado (recap), e por uma sequência de 2016. O anime de 2016 foi um fiasco retumbante, devido à animação. Em geral, uma animação em 3D costuma ser bem mais barata do que uma animação em 2D, mas não foi o caso desta apavorante animação de 2016. A animação foi realizada com um montante exorbitante de recursos financeiros, tendo em vista a crença de que a computação gráfica em 3D era revolucionária e que seria a solução para o problema de Berserk. Qual é o problema que afeta Berserk? O mangá apresenta um nível de detalhamento impressionantemente elevado. É super, hiper, mega, ultra detalhado. Uma temporada de anime com esse mesmo nível de detalhamento feita em 2D, custaria várias vezes mais caro do que a mais cara animação que já foi realizada em qualquer lugar do mundo. Além disso, seria difícil encontrar toda a mão de obra necessária para realizar essa tarefa. Pelo menos, nos moldes de como são feitos animes atualmente, não teremos uma animação com esse mesmo nível de detalhes do mangá. Quando as inteligências artificiais entrarem com força nessa indústria, é que talvez possamos sonhar com algo assim, mas até lá, é um absurdo cobrar que um anime não tenha o mesmo nível de detalhes do mangá.
Berserk é um dos mangás mais bem vendidos e o mais bem avaliado. Por que não há uma enxurrada de estúdios interessados em fazer uma nova adaptação daquele que é dito ser o melhor arco da série? Este anime de 1997 não tem uma animação ruim, datada e indigna de tal obra-prima que é o mangá? Não haveria uma demanda por um anime melhor? Os estúdios são loucos e estão desperdiçando uma mina de ouro? Obviamente não é isso, o anime é bem feito visualmente, estando a frente do seu tempo. Além disso, dada a utilização de uma abundância de computação gráfica atualmente, até mesmo no processo de criação dos animes em 2D, dificilmente a animação pareceria tão artística como a de 1997.
No que diz respeito à qualidade da violência, ação e aventura, nisso o mangá pode ser extraordinário, mas perceba que o fato de o mangá ser supostamente melhor não torna o anime ruim. O máximo que se pode alegar com isso é que o anime tinha potencial para ser mais do que foi. Infelizmente a propagação desse tipo de argumento produz algumas distorções abomináveis na comunidade. Existem tantas obras maravilhosa sendo injustiçadas e perseguidas porque fãs chatos do mangá acreditam que o anime deveria ser fielmente idêntico. É tão dificil entenderem que animes são adaptações, que são mídias diferentes, com diferentes possibilidades e limitações? Você realmente acredita que seria viável um anime tão violento quanto o mangá? E olha que a década de 90 não era tão babaca como a atual em questões de violência e ecchi. Sério mesmo que o anime sendo bem menos violento que o mangá é que usa a violência sem propósito e como um artifício? Isso não tem lógica. Você realmente acredita que as cenas de ação do mangá sem fluidez alguma são melhores do que no anime?
Agora, o roteiro. É verdade que Berserk tem elementos de maquiavelismo e existencialismo que são incríveis, mas o anime faz um recorte tão restrito da história que acaba perdendo muitos desses aspectos. As coisas ficam atropeladas e não há espaço para um desenvolvimento adequado dos personagens e das temáticas. O mangá é muito mais rico nesse sentido. Resumindo, meu brother, comparar o anime antigo de Berserk com o mangá é como comparar um lanchinho com um banquete. Tem muita coisa boa na versão animada, mas quando a gente conhece o potencial total da obra original, fica difícil dar uma "nota 10". Berserk merece todo o respeito, mas não podemos ignorar que o mangá é a verdadeira obra-prima que merece a nota máxima.
Novamente o repetitivo argumento da falácia genética, que já foi refutada desde o início. Se quer fazer comparações, faça comparações com coisas semelhantes. Comparamos animes com animes e mesmo dentro dos animes não faz sentido comparar obras com propostas consideravelmente distintas. Comparar com outra arte só tem validade quando feitas todas as devidas considerações. Dito isso, qual é o ponto que quer chegar? Acaso existe a possibilidade de eu reconsiderar o nível do que é um anime dez para mim e colocar como referência de anime um mangá? Se tem uma casa feita com cimento e uma ponte feita com cimento. É difícil compreender por que é mais lógico comparar uma casa de tijolos com uma de madeira ou de qualquer outro material, do que com uma ponte do mesmo material?
Para finalizar, você afirma que as coisas são atropeladas, que não há espaço para um desenvolvimento adequado dos personagens e das temáticas. Vamos realizar um exercício, imaginando que o mangá não exista. Alguém consegue apontar como acontecem atropelamentos ou falta de espaço nesse anime?
Code Geass
A obra é sensacional por conta de Lelouch abusar do maquiavelismo em seus vários momentos de psicopatia, o que torna o anime rico. E mais, Lelouch consegue ganhar carisma combatendo outros psicopatas utilizando de inteligência e sagacidade.
Ah, cara, entendo que "Code Geass: Hangyaku no Lelouch" tenha seus fãs ardorosos, mas não dá pra vir com essa "nota 10" sem discutir os podres dessa obra. Vamos baixar a bola e analisar a coisa com um pouco mais de objetividade, porque, sinceramente, tem muitos defeitos nesse anime.
Dou dez por que sou fã? Pensei que fosse um fã pelo fato de ter dado dez. É engraçado também pedires para "baixar a bola" dizendo que o anime tem "podres". Será que sou eu mesmo que está sendo altivo? A obra apresenta alguns pontos extraordinários, mas não é perfeita, nunca disse isso. Além disso, não acredito que eu seja obrigado a "discutir" sobre a obra para dar a nota que quero. No entanto, já fiz isso e há um review escrito por mim publicado no MAL em inglês. A versão em português está disponível na mesma lista que você visualizou a tag clicando em more no R2. É um texto antigo que tenho certeza que teria feito um bem melhor se tivesse escrito hoje, mas tem bem mais argumentos do que os que cabem em uma tag.
Sobre esse papo de carisma... olha, meu amigo, temos que admitir que Lelouch é meio o típico anti-herói, aquele carinha que todo mundo ama odiar. A inteligência e sagacidade dele até que são interessantes, mas tem horas que ele é mais previsível do que cardápio de fast-food. E quanto a combater outros psicopatas, bem, aí a gente entra num território meio complicado, porque o anime parece adotar a filosofia do "bandido bom é bandido morto". Os vilões não têm lá muito desenvolvimento, e a coisa acaba virando um desfile de antagonistas unidimensionais. Agora, querer falar de psicopatia? Vai com calma. "Code Geass" não é lá o melhor exemplo de exploração de temas psicológicos e filosóficos. Tem outros animes que mergulham bem mais fundo nesse mar. Às vezes, "Code Geass" usa o drama pra chocar, mas acaba ficando meio gratuito e forçado. É como tentar dar uma de filósofo depois de ler um resuminho de Nietzsche no Wikipedia
Para começar, por norma ninguém odeia protagonistas, e anti-herói é aquilo que somos ou temos medo de ser. Além disso, quando digo que Lelouch adquire carisma, não estou afirmando que ele seja extremamente carismático. Nesse ponto, o que enfatizo, é que a obra é notável por fazer o público desenvolver empatia e torcer por alguém que tem todas as características de um vilão. Mérito também para a obra, por Lelouch ser transformado em uma espécie de anti-herói apenas por rivalizar com iguais. Isso é um excelente trabalho de escrita. Os méritos da trama ficam ainda mais evidentes, quando analisamos que as motivações de Lelouch não são nobres, que os métodos são terríveis e os objetivos são questionáveis. Há muito mais nele de vilão do que de herói. É alguém que como o seu pai e seu irmão não têm empatia, ou tem um pequeno grau de empatia seletiva, o que é a definição de psicopatia. O anime nos faz ter empatia por quem não tem empatia e isso é fabuloso. É também bastante realista, uma vez que a política comprovadamente é um ambiente que tende a atrair psicopatas. Não me identifico com Lelouch, não agiria da forma como ele agiu, discordo fundamentalmente dos princípios dele, mas chorei com o seu fim.
Em relação à sua declaração de que os vilões não apresentam desenvolvimento, isso demonstra uma dificuldade de interpretação e de leitura do subtexto. Para início de conversa, esqueça a palavra vilão, pois nessa história não há vilões e nem heróis, apenas um protagonista e diversos antagonistas. Todos os personagens principais desta obra são anti-heróis. O que é mais impressionante nesse trabalho é que os rivais Lelouch, Charles e Schneizel, não discordam da filosofia, dos meios e nem dos objetivos. Dessa forma, o que nos leva a torcer para um, não são as diferenças do outro, mas tão somente porque a trama é vista pela perspectiva do Lelouch.
Apesar de Lelouch, Charles e Schneizel terem objetivos que são semelhantes, há nuances entre eles e isso é uma das características mais esplendorosa do trabalho de criação de personagens neste anime. Eles diferem em algo muito profundo, que é a visão pautada no passado, no presente e no futuro. Isso é extraordinário, esplendido, rico, pois o autor transcendeu a proposta filosófica inicial, dando uma profundidade dentro de seus personagens de algo que dificilmente alguém veria nessa filosofia. Portanto, esta é uma obra visionária.
Outro personagem relevante é o Suzaku, uma vez que é o mais próximo que temos de um herói neste anime, mas tem as suas mãos sujas e é um antagonista na maior parte do enredo. Genial pegar um nítido quase herói e transformar em antagonista, enquanto faz torcemos para um nítido quase vilão. Isso aumenta significativamente a dificuldade de escrita e deve ser reconhecido os méritos do roteiro. Além disso, o que diferencia Lelouch de Suzaku não são as visões, nem os objetivos, nem os métodos. Os dois compartilham da mesma filosofia. Os personagens se diferenciam apenas pelos seus caminhos, o que é uma brilhante forma de criar um rival.
Em relação às ações de Lelouch serem supostamente previsíveis, é possível haver um grau de previsibilidade quando o público entende os princípios que o personagem segue. Pode-se supor que ele renunciará a algo e que alguém morrerá, devido à sua amoralidade pragmática elevada, mas como, quando, para quê e porque, não são eventos previsíveis. É importante também salientar que este protagonista não é um personagem que se sobressai em tudo, que sempre vence e nunca erra. Além disso, mesmo com a amoralidade não sendo uma temática recorrente em animes, o mérito que defendi na tag não foi de ser sempre algo totalmente imprevisível para o público. O que defendi foi a sagacidade, a inteligência e o maquiavelismo contra os rivais.
No que diz respeito ao tema central do anime, que se trata da filosofia da moral objetiva. É importante salientar que, logo nos primeiros episódios, há um longo diálogo filosófico entre Lelouch e Suzaku, a respeito da filosofia de Maquiavel (os objetivos justificam os meios). Dessa forma, o anime não poderia ser mais explicito sobre o que pretende tratar. A obra, compreendendo o que quer abordar, tenta evidenciar ao máximo o seu ponto, e o método para fazer isso é através do meio de eliminação de vidas. Portanto, Lelouch mata a sua família, mata amigos, mata o seu povo, mata seus aliados, mata milhões, mata até a se mesmo. Simbolicamente, também mata o seu amor, mata a sua pátria, mata os seus sentimentos. Tudo justificado filosoficamente pelos fins, o que abre uma discussão e dá uma profundidade ao tema. A escolha desse tema também não é aleatória e descontextualizada, uma vez que, para o mundo da política, o livro O Príncipe de Maquiavel é o mais utilizado e relevante. Em virtude disso, um anime que se preste a ser sobre política tem que falar sobre isso, mesmo que seja altamente polêmico e incomum.
A trama, por sua vez, acaba se perdendo em suas próprias reviravoltas mirabolantes, como se o roteirista estivesse tentando superar a si mesmo em termos de complexidade, mas esquecendo de construir um mundo coerente e personagens que se desenvolvam de maneira crível. Além disso, a animação, apesar de ter seus momentos de brilho, tem altos e baixos notáveis, com algumas cenas de luta que deixam a desejar, e os traços dos personagens às vezes são um tanto desajeitados. Então, meu camarada, Code Geass pode até te dar a sensação de ser algo grandioso e complexo, mas, quando você tira o véu, fica claro que tem mais estilo do que substância. Não é um péssimo anime, mas essa "nota 10" do Tiago Vaz é pura histeria de fãs. Acho que dá pra encontrar animes muito mais bem executados e que exploram melhor os temas que "Code Geass" tenta abordar e falha miseravelmente.
É perceptível uma aparente contradição entre afirmar que as ações do protagonista são previsíveis em um parágrafo e no seguinte falar sobre reviravoltas mirabolantes. Escalonar por escalonar, toda obra faz, caso contrário o público perde o interesse. Então a questão nas reviravoltas não é se são grandiosas, mas se contém implausibilidades. O que impede algo de ser plausível em uma obra ficcional? Apenas a própria obra. Existe alguma contradição interna entre algo estabelecido anteriormente as reviravoltas? Também é bom fazermos uma separação, já que o questionamento é sobre as reviravoltas em específico. Realmente é culpa das reviravoltas complexas e extraordinárias as incoerências que tem na obra? Em pequenas medidas o anime tem algumas incoerências de mundo, de personagem, de roteiro, nenhuma obra é perfeita. No entanto, além de as falhas serem bem pequenas são ofuscadas pelos grandes acertos. A verdade é que por não terem grandes contradições, essas reviravoltas são acertos.
Para finalizar, a questão da imagem. Essa obra tem a melhor animação que já existiu? A animação é fluida e detalhada, ao estilo UIfotable ou Makoto Shinkai? Obvio que não nesse nível, mas é bastante fluida, bem detalhada, bem acima da média. Até mesmo para os dias atuais, impressiona quando se pensa nos robôs gigantes e nas constantes cenas de ação. Em relação à arte, é da gigantesca CLAMP, feita com uma certa originalidade nos traços para a sua proposta, além de esbanjar detalhes e suavidade. O que mais impressiona é que ficção cientifica tem potencial de deixar tudo datado absurdamente rápido, mas Code Geass tem quinze anos e justamente pelo espetacular trabalho de arte não envelheceu.
Saint Seiya
Um dos mais antigos desta lista e o melhor. A música, a história, a filosofia, a mitologia, os dilemas, as emoções, tudo. Ele me deu aquele sorriso, aquela expectativa, foi muito prazeroso. E quem tiver duvidas assista começando pelas doze casas.
Eu entendo perfeitamente que "Saint Seiya" tem uma base de fãs fervorosa, mas irei jogar umas fichas no cemitério dos cavaleiros do zodíaco e desvendar por que essa obra, longe de merecer uma "nota 10", é mais medíocre do que um banquete de miojo requentado. Primeiro, a gente precisa falar da música. Claro, temos o clássico tema de abertura que empolga, mas o resto da trilha sonora? É só um repeteco interminável de músicas de ação genéricas. A criatividade musical ali é mais rara do que dente de siri.
Falando de música, Pegasus Fantasy “ clássico tema de abertura” que você diz ser empolgante, não é a minha música favorita de Saint Seiya clássico, talvez nem a mais empolgante, é apenas a primeira. Para começar ela perde fácil para a Blue Dream que está no segundo encerramento, que é uma mistura de blues com rock, contendo uma melodia triste e uma letra sensacional. Perde também para Can't Say Good Bye tocada em uma das batalhas do Shiryu, a qual a Hakuren pegou essa música e fez uma abertura top com ela. As aberturas com as músicas Blue Forever e Soldier Dream, também não ficam muito atrás, estando no mesmo nível da primeira. Isso tudo e ainda nem comecei a falar das que não estão, nem no encerramento, nem nas aberturas, e que são: Revenger Phoenix; Galaxian Wars; Black Saint's Challenge; Era Of Legend; Sad Brothers; Direction of Heated Fights; Gather! Under The Supervision of Athena; Shiryu Theme.
A minha música favorita de toda a franquia Saint Seiya é a Wood of the World Tree, que é tocada primeiramente no filme A Grande Batalha dos Deuses, aparece também na Saga de Hades. Dizem que essa música também é tocada no anime clássico na saga de Asgard, mas como eu não consigo lembrar para confirmar, então deixo ela como um extra. Indo além do anime clássico, a música Seiki No kutou tocada no filme Prólogo dos Céus talvez seja a minha segunda favorita, disputando com Blue Dream. Tem também Elysium que se não me engano só é tocada na saga de Hades. Por último, uma menção a música de abertura da saga de Hades, ChiKyuuig, que é absurdamente boa, tanto dublada como na versão original.
Não, não são um repeteco de músicas genéricas de ação. Para começar, se Saint Seiya é um dos primeiros grandes animes, são genéricas com base em que feito anteriormente? Idênticas na obra também não, prova disso é que o anime tem um vasto repertório com músicas tanto mais melancólicas, como mais eufóricas; tanto instrumentais, como letradas; músicas ora mais puxadas para o Rock, ora para as clássicas. O mais importante de tudo não é se são genéricas ou se são um repeteco, mas se foram empregadas da maneira certa, no momento certo, pelo tempo certo, combinando e passando muita emoção, e nisso CDZ é o mestre dos mestres. Até compreendo críticas sobre diálogos não orgânicos, sobre fluidez, detalhamento, mas música é um dos pontos mais sublimes dessa obra. Essa crítica não faz sentido, é tão absurdo falar mal das músicas desse anime, que se um youtuber leigo dissesse tal coisa séria imediatamente cancelado e teria que parar com o canal.
Sobre os fãs, Saint Seiya não tem somente uma base de fãs fervorosos, como se fosse algo nichado. Não faz muito tempo que fizeram uma pesquisa para saber qual era o anime mais popular no Brasil, e advinha, é CDZ. O anime também é mega popular em todos os países de língua espanhola, na França, na Itália, na Alemanha e no Japão. Infelizmente Saint Seiya não é popular nos países de língua inglesa, porque é um anime de 1986 que só começou a ser dublado para o inglês lá por 2005 e apenas muito recentemente a dublagem foi finalizada. Detalhe a dublagem em inglês é péssima e o anime está todo censurado, a versão Americana é um verdadeiro Frankenstein. Isso explica porque esse anime não está no topo do MAL, já que a maioria esmagadora dos usuários desse site são de países de língua inglesa e bem jovens.
A história? Olha, ela até começa bem, com essa ideia dos cavaleiros protegendo a deusa Atena. Mas, com o tempo, tudo vira uma bagunça de inimigos sem fim, poderes divinos que aparecem do nada e plot twists que fazem menos sentido do que uma girafa fazendo limbo. A mitologia? Tá mais desfocada do que uma foto embaçada. E nem vou entrar no mérito de como o anime arrasta-se com encheção de linguiça.
Que ironia! Você diz que começa bem, mas eu e a maioria dos fãs detestamos o início, é tão parado o torneio galático, lembra um anime de box piorado quando se tenta encontrar coerência nessa fusão com cavaleiros. Kurumada também é o autor de Ring ni Kakero, um mangá de box. Além disso, o início tem outros elementos que deixam claro que não é apenas uma questão de gosto pessoal. Fato, o filme com atores reais e a animação Knights of the Zodiac foram completos e retumbantes fiascos. Por quê? Tentaram americanizar a trama pegando o que tinha de pior nesse início e elevaram a décima potência. Armas, tecnologia, sociedade moderna, nada disso se encaixa bem com a obra.
A proposta da obra é que cada constelação tenha um cavaleiro, existem 88 constelações. Também tem 7 marinas, 8 guerreiros deuses de Asgard, 4 cavaleiros fantasmas, 1 cavaleiro de cristal, 3 cavaleiros de aço e alguns cavaleiros negros que morrem no início. Um número considerável, mas são 114 episódios para explorarem essa turma. Nos últimos 74 episódios são enfrentados 29 inimigos, contando com os dois discípulos de Shaka, Poseidon e Hilda. São dois episódios e meio por adversário. Dizer que tem inimigos sem fim é bobagem. Tal afirmação é um bom motivo para desconfiar que não tenhas assistido essa obra.
Com relação aos poderes, os cavaleiros são muito poderosos, mas dizer que os poderes aparecem do nada. Definitivamente é impossível alguém que tenha assistido cavaleiro dizer que os poderes surgem do nada. Desde os primeiros minutos é trabalhado o conceito de cosmo, de como as crianças foram enviadas para todo mundo, enviadas para treinarem arduamente por muitos anos, a fim de aumentarem o cosmo, ganharem uma armadura e se tornarem cavaleiros.
Plot twist é uma mudança radical e inesperada da direção que aparentava, logo é muito estranho queixas da existência de várias reviravoltas narrativas nesse anime. Saint Seiya tem um ou outro propósito mais oculto de alguns personagens, mas plot twist mesmo, isso não tem. O mais próximo que chega a se parecer com um plot twist em Saint Seiya é a construção do Ikki como um anti-herói, o que ocorre bem no início. Por tanto, só é possível tentar enxergar algum mínimo de sentido em tal afirmação se for dita por alguém que tenha assistido apenas o início. Depois dessa duvido seriamente que tenhas assistido aos 114 episódios.
Em relação à mitologia, primeiramente eu gostaria de entender o que você quer dizer com ser desfocada nessa obra. A mitologia é muito presente o tempo todo, chove mitologia grega, nórdica e até um pouco da oriental. O anime por diversas vezes simplesmente para, e narra fielmente contos mitológicos a fim de contextualizar o público. Contos como o de: Andrômeda, do Anel de Nibelungo, da Medusa, de Narciso, etc. Além de ser entupido de mitologias, procura extrair lições de moral delas. Conta também com personagens que trazem muitas informações mitológicas como Atena, Poseidon, Odin, Fênix, Pegasus, Shaka (Buda), etc. No mais, não é somente riquíssimo em conteúdo por conta das mitologias, mas também pelos conhecimentos astronômicos presente na obra.
Por último, respondendo a esse tópico, foi dito que o anime é arrastado e cheio de linguiça. De fato, no início é arrastado, mas isso era típico de como se narravam histórias em animes antigamente, principalmente em um gigantesco que as coisas vão escalonando. Talvez essa fórmula não funcionasse atualmente, onde toda temporada tem centenas de novos animes curtos, mas daí dizer que é certo ou errado é complicado, até porque depois o ritmo acelera. Sobre ser cheio de linguiça, eu discordo, porque mesmo as coisas que pareçam em um primeiro momento não estarem levando a lugar algum são necessárias para nos apegarmos aos personagens. Essa obra tem um bom trabalho de desenvolver personagens, para quando chegar o clímax poder nos oferecer uma liberação de emoções absurdas. https://youtu.be/WETuCQfsJVg?si=7Ibfd3sW9vplgbVd
Os dilemas? Bom, se considerarmos dilemas que se resolvem a base de socos e pontapés como filosofia, então "Saint Seiya" é uma grande obra filosófica. As emoções são, muitas vezes, superficiais e rasas, com pouco desenvolvimento real dos personagens. Agora, sobre as emoções, bem, é verdade que "Saint Seiya" consegue arrancar alguns sorrisos e deixar a galera empolgada. No entanto, isso é um truque antigo. A nostalgia não faz milagres. Assistir às "Doze Casas" é como pegar uma carona na máquina do tempo da decepção, com animação de lutar contra marionetes e lutas que arrastam-se por eras geológicas.
Primeiro, o anime para ser bom ele precisa necessariamente ser um tratado filosófico? Segundo, esse seu argumento, qualquer um pode usar para qualquer anime que tenha alguma violência. Terceiro, o anime trabalha com vários conceitos filosóficos presentes nas mitologias que utiliza. Quarto, mesmo de socos e pontapés se pode tirar uma filosofia. Quinto, soco e pontapés não excluem filosofia e filosofias não excluem socos e pontapés. Sexto, a principal mensagem filosófica, moral, o tema do anime, está justamente na resiliência, em nunca desistir dos seus objetivos. Alguém pode dizer que outros animes fazem isso, mas levar isso a tal extremo, trazendo infindáveis quedas dos protagonistas, ao ponto da mais absoluta derrota e fazer eles se levantarem sempre, é a forma mais bem feita de se passar essa mensagem na sua completude. Por tanto, sua mensagem gera impactos, marca pessoas, e oferece ao anime uma identidade própria. Some a isto que os protagonistas continuam principalmente para ajudar a outros, logo não é apenas uma mensagem de determinismo, de perseverança, mas também é de altruísmo.
Uma coisa é a nostalgia quando se reconhece alguma coisa antiga em uma obra nova, mas não vejo prazer nostálgico quando já se assistiu ao mesmo anime muitas vezes ou quando ainda é fresco na memória. Gostar das doze casas não foi uma questão nostálgica na época que foi visto pela primeira vez e continua não sendo hoje, pelo contrário conhecer o enredo atrapalha a imersão. Justamente a imersão que é o ponto central para as doze casas serem o que são, e isso é obtido porque existem 40 episódios anteriores, essenciais para desenvolver os laços emocionais com a trama, com os personagens e imergirmos na obra. O clímax só é clímax com uma jornada que o antecede. O prazer de quem constrói 100% de uma obra não é o mesmo de quem chega e coloca um tijolo no final. Não terá nem se quer o conhecimento prévio para entender do que aquela obra realmente se trata.
Por que então eu falei para quem tem dúvidas começar pelas doze casas? Como eu disse, é para quem tem dúvidas, para quem já desistiu no início alguma vez, para quem for cético por ouvir o canto dos haters, não para quem já viu, não para quem quer começar pela primeira vez. Começar das doze casas é para olhar para o topo da montanha, reconhecer a sua magnitude e sentir a vontade de escalar.
Se compararmos com "Ashita no Joe", uma obra-prima que mergulha profundamente na psicologia e no desenvolvimento do protagonista de uma maneira que "Saint Seiya" só pode sonhar em fazer, fica claro que estamos falando de um nível completamente diferente. Enfim, meu amigo, não é heresia apontar os defeitos de "Saint Seiya". É apenas reconhecer que, apesar de seu status icônico, o anime está longe de ser perfeita. Se você quer uma verdadeira experiência de anime que explore temas filosóficos, emocionais e de desenvolvimento de personagens, olhe para "Ashita no Joe". Isso sim é um "Nota 10" no mundo dos animes.
Sério mesmo que está comparando com um anime de box? Definitivamente, sem sombra de dúvidas alguma você não assistiu mais do que os primeiros episódios. Saint Seiya é tudo menos um anime de box e não se compara coisas diferentes como iguais. Além disso, por norma não gosto de animes de esporte, pior ainda se for de box, com raríssimas exceções me submeto a assistir algo assim e mais raras são às vezes que eu vá apreciar. Para falar a verdade, como todo bom cult que se preze, eu odeio de todo coração animes de esporte. Não assisti Ashita no Joe e muitíssimo provavelmente nunca irei assistir, porque além de ser de esporte, é de 1970 e é enorme. A década de 80 é meu limite e hoje em dia só pego animes pequenos.
Golden Boy
Um anime maduro que contagia pelo seu humor sexual, mesmo quando as cenas picantes ficam serias não são ordinárias. O ponto mais forte do anime é o seu enredo com as mensagens morais, seguido pelos personagens e diálogos.
Acho que essa nota 10 para "Golden Boy" deve ser vista com olhos críticos e uma pitada de ceticismo, porque, na real, essa obra está longe de merecer tanto entusiasmo. Primeiramente, a ideia de que este anime seja maduro é no mínimo discutível. Se por maturidade estamos nos referindo a situações sexualmente sugestivas e humor de teor erótico, então talvez possamos usar o termo, mas não de maneira elogiosa. Essas cenas picantes que você menciona, na verdade, muitas vezes recaem na vulgaridade e na repetição, não acrescentando nada de realmente substancial à narrativa.
Interpretação de texto, eu não disse que o anime é maduro por conta do humor sexual. O que eu disse é que é um ANIME MADURO que contagia pelo seu humor sexual. Estais colocando palavras na minha boca que eu não falei, isso é uma ilação infundada.
Então por que eu disse que Golden Boy é maduro? Por conta do seu texto e do seu subtexto que pega temas cotidianos, dá ênfase na relevância deles e extrai lições morais. Tudo isso por meio de um humor sarcástico com partes sexuais. Bem aos moldes do século passado, quando os diálogos não eram tão repugnantemente sensíveis. Digo mais, essa técnica literária empregada nesse anime se aproxima muito das sátiras, se é que não podemos chamar assim.
Por que falei na tag do humor sexual? Primeiro porque isso é muito presente nessa obra, logo alguém que vá assistir por minha influência já tem o aviso para que não se assuste, não faça um julgamento precipitado e não desista da obra de imediato. O segundo motivo, é porque avaliar é comparar, tenho 84 ecchi na minha lista, frisando ecchi não hentais, e Golden Boy é um dos mais leves ecchi dela, se não o mais leve. Além do que um dos mais ricos, porque, ao mesmo tempo que é um alívio cômico, um escapismo humorístico divertido, passa uma mensagem moral sem jogar fora a sensualidade.
Tem outro anime cujo nome é Great Teacher Onizuka (GTO) que é muitíssimo aclamado como sendo um clássico cult e tem exatamente a mesmíssima pegada de Golden Boy, nos seus 43 episódios. Eu não poderia usar de dois pesos e duas medidas, se GTO é uma obra-prima, por coerência Golden Boy também tem que ser.
Quanto ao enredo, sério? Não me faça rir! Golden Boy não tem enredo digno de nota. O protagonista, Kintaro, é um personagem que se move de um emprego para outro sem propósito ou desenvolvimento real. Ele parece mais um vagabundo com uma disposição desmedida para espiar mulheres do que alguém que está em busca de crescimento intelectual e profissional. As mensagens morais? Bem, a moral aqui é tão superficial quanto um pires. E o final de cada episódio geralmente desfaz qualquer lição que a série tenta passar. Agora, os personagens e diálogos, hein? Não me faça ter um ataque cardíaco. Os personagens são unidimensionais, estereotipados e sem profundidade alguma. E os diálogos? Com raras exceções, são simplórios e despidos de qualquer substância. Parece que o roteirista pegou um monte de frases de autoajuda e tentou enfiar na boca dos personagens, mas a execução é falha e rasa.
Portanto, meu caro, enquanto aprecio que a diversão pode ser encontrada em diferentes gostos, é fundamental lembrar que uma nota 10 implica uma perfeição que "Golden Boy" está longe de alcançar. Na verdade, é uma obra que, em grande medida, parece apelar para os instintos mais básicos e oferece pouco em termos de substância ou mérito artístico.
Eu discordo conceitualmente, pois eu não acredito em perfeição em animes, perfeito somente é Deus. O meu dez não implica em uma perfeição, nunca implicou, nem nunca implicará, o máximo que posso considerar de uma obra-prima é que beire a perfeição.
Quanto a parte dos instintos mais básicos, ler-se ecchi, condenar isso é preconceito, é juízo de valor, é subjetivo. Emocionar é o propósito da arte, tudo em relação à emoção são reações químicas hormonais. Não existe como objetivamente dizer que um drama é melhor que uma comédia, ou que um terror é melhor que um ecchi. No mais, o ecchi nesse anime tem propósitos que vão muito além da questão sexual e nem é um ecchi forte.
Kenpuu Denki Berserk - Parte 2
Após observar algumas das suas tags, deparei-me com a sua comparação entre o mangá de Kaifuku e sua adaptação em anime. Diante disso, gostaria de fazer uma pergunta: Será que estou equivocado ao comparar o mangá de Berserk com a antiga versão do anime que considero medíocre?
"É impossível ler o mangá e não achar extremante inferior, não achar que foi um dez perdido."
Irônico, bastante irônico. Qual é o nome disso mesmo? Ah, você me refrescou a minha memória; isso é a famosa "FALÁCIA GENÉTICA".
Há diversas falácias neste seu breve texto. Imaginemos que eu esteja errado com relação à Kaifuku. Isso significa que errei em relação aos argumentos na resposta de Berserk? De cara são duas falácias. Primeiro, você está usando um argumento que não se segue, falácia non sequitur; segundo, é um ataque ao argumentador e não ao argumento, falácia Ad hominem.
Em que momento do meu texto, eu disse que não poderia fazer nenhuma comparação com o mangá? O que eu condeno, é a comparação com outras artes, sem as devidas considerações. Pode-se comparar cimento com cimento, mas não ponte com casa. Muito menos querer que outra pessoa use como padrão de casa uma ponte, meramente porque a casa foi feita com cimento, e isso é a falácia genética. Ao se apoiar em um argumento que eu não sustentei, de que não se pode fazer nenhuma comparação, você está cometendo mais uma falácia, a falácia do espantalho.
São três linhas de tag, portanto, não haveria problema em copiar completamente e destacar a parte desejada em negrito, mas é claro que isso não te convêm. Posto que, na minha tag inicio fazendo uma consideração: "não sou purista com adaptações". Não quero que o anime (casa) seja um mangá (ponte) e deixo isso bem claro. Essa citação do mangá foi uma lamentação, exatamente como escrevi na resposta de Bresek que poderia ser feita do potencial perdido. Dado que você descontextualizou a minha fala, isso também é uma falácia, é a falácia de citar fora de contexto. No mais é uma tag, são três linhas que posso escrever. Não é uma mensagem que se envia para alguém contestando tags, onde se é livre para colocar quantas linhas desejar. Estou sempre me esforçando para incluir o máximo de informações relevantes em uma tag, o que não significa que essas informações sejam sempre em sua totalidade as justificativas para as minhas notas.
Um dos reviews que fiz, e que tem mais curtidas, é o de Kanojo. Citei o mangá inúmeras vezes nessa análise de Kanojo. Se tivesse feito uma pesquisa mais aprofundada, seria um texto bem mais interessante para você tentar usar contra mim do que essa tag. Também se não estou equivocado, são somente essas duas vezes que menciono mangás em comentários de animes. Escrevi este review quando o anime tinha apenas os quatro primeiros episódios da primeira temporada, logo toda a minha argumentação da trama que teria, era das expectativas com base no mangá. Eu adoro o mangá de Kanojo, como também gosto do de Kaifuku. Minha experiência com o mangá de Kanojo foi dez mil vezes superior ao anime, lamentei muito o potencial desperdiçado. A pergunta é: dei nota baixa para o anime de Kanojo, assim como dei para o de Kaifuku? Não, porque o meu referencial de mangá não é o meu referencial para animes, são coisas distintas com considerações diferentes.
Por favor, eu não sou o Diggo. Eu até comeria a Raluca antes dela meter o dedo no Yanni, mas no meu precioso ninguém mexe.
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Criei um canal no YouTube recentemente, e seria incrível se você pudesse se inscrever e dar uma forcinha pra esse meu projeto, vou falar de animes e outros tópicos!! Estarei profundamente grata e agradeço, desde já!
https://youtu.be/l8dtvlwURjk?si=ufITfLxYH75vVHtO