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Sep 17, 2023
Nunca fiz o exercício da comparação direta com a versão de TV, mas sempre senti que o ritmo de Madoka Magica fica melhor nos filmes, acho que a atmosfera condensada em uma rodagem única transforma o filme em algo completamente denso e emocionalmente cansativo, além de encantadoramente melancólico. Lembro que na versão de TV, com o eventual engessamento do formato, além das naturais pausas emocionais que o anime faz entre um episódio e outro parecem transformar a metade da história num momento com menos impacto que aqui. Por outro lado, a cena da Mami numa versão que deu mais pausas emocionais foi bem mais impactantes
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- apesar disso ser meio difícil de medir, uma vez que eu já sabia o que ia acontecer e, de novo, não estou fazendo uma comparação direta, só lembrando de cabeça.
Mas excluindo comparações entre versões distintas de uma mesma história, filmão absoluto. A história começa e progride num ritmo muito bom mesmo. Acho que a única ressalva que eu faria seria quanto a alguns momentos bem bregas e com uns diálogos bem expositivos bobos, principalmente da Sakura. Acho que ela é uma personagem que eu gosto menos a cada vez que me deparo com ela. Consigo compreender sua função e motivações, mas acho que ela foi inegavelmente mal introduzida no roteiro e não tem o que fazer mesmo.
Acho que o ponto que mais fez diferença em uma revisita é a brutal solidão dos espaços. Não parece existir um design confortável em nenhum ambiente nessa cidade. As arquiteturas são hostis, com aquele colégio todo de vidro com espaços industriais opressivamente tecnologicos e mecânicos além de lugares com um acabamento gótico, mas sem o ar histórico. Parece tudo apenas pontiagudo, desconfortável, anti-intimidade. Tudo parece propositalmente anacrônico - risos- para causar incômodo, isso quando a arquitetura do lugar sequer faz sentido de verdade. E todas essas coisas são reforçadas pela direção que retrata todas as relações de maneira impessoal, muitas falas são proferidas fora do enquadramento convencional, com as personagens de costas, sem conexão real com as pessoas. A única que encara de frente todo mundo é a Homura e bem, por um bom motivo.
Mas esse filme é inteirinho da Sayaka. Se eu gosto cada vez menos da Sakura quando assisto, gosto cada vez mais da Sayaka. Toda a jornada dela é perfeita, desde a primeira reação ao que tá rolando quanto ao seu final. Ela representa bem demais as inconsistências da adolescência, desde a hesitação em relação ao primeiro amor, o questionamento à percepção de seu próprio corpo até o ponto da completa desesperança e loucura com a falta de uma base sólida para encontrar o seu motivo de existência. Ela tenta se punir e se diverte ao perceber que suas feridas não mais machucam, ela tenta a todo custo manter sua humanidade para divertir-se com a falta dela. É rápido, é um detalhe, mas é também o arrependimento do momento. Muito foda, papo reto. Fortíssimo.
E é cruel demais toda a simbologia de seus poderes terem a ver com notas musicais e água. Ela é moldável e maleável a esse ponto.
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Jun 16, 2023
Eu odiei cada um dos segundos que passei diante da tela me martirizando a assistir isso. No fim, talvez eu tenha um pequeno complexo igual ao do personagem principal em gostar de ser maltratado. Sendo honesto eu apenas me submeti a assistir esse anime porque tomei como hábito colocar alguns animes enquanto limpo minha casa. Costumo justamente procurar animes que não exigem foco 100% do tempo e geralmente esse tipo de slice of life fofinho é uma boa pedida, funciona como botar uma novela na TV e deixar rolar. Além do mais, o esforço em odiar cada cena fez o tempo e as atividades passarem
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com muita facilidade, então tenho que dar esse mérito ao anime: ele não é insuportável.
Muita gente, com mais ênfase ainda em usuários dessa plataforma, costuma fazer uma calibragem moral em cima das suas reviews de anime. Batem o martelo com tanta certeza e arrogância sobre coisas que não gostam que acabam ofendendo pessoas que gostam da mesma obra. Claro que de obras e pessoas problemáticas esse mundo está cheio, mas eu acho que é preciso também se permitir ao luxo de deixar vazar o exercício do ódio artístico em algo, afinal arte está aí pra causar sentimentos e raiva deve ser um dos sentimentos mais fortes. Se alguém lhe oferece uma comida que você detesta, você não vai fazer uma careta porque o modo de preparo ofendeu suas bases ideológicas, é só porque você lembra do gosto horrível que aquilo deixou na sua boca. Encare esse texto como a mesma coisa.
Ijiranaide Nagatoro-san (ou Don't Toy With Me, Nagatoro) trata-se de uma romcom bem simples na qual a menina, Nagatoro, flerta com o seu querido "senpai" na base da implicância e do bullying. Uma menina impiedosa e altiva que demonstra seus sentimentos pentelhando outra pessoa e um tímido e retraído menino mais velho que fica visivelmente desconcertado, mas que no fundo gosta de ser submetido a isso. É um tipo relativamente convencional de romcoms, eu não precisaria colocar uma review aqui se fosse apenas para falar que eu não gosto desse subgênero (?) de história. E realmente, eu posso até não ser atraído primariamente por esse tipo de coisa, mas não é só por isso. Meu ponto aqui é realmente o cansaço do kinkshaming.
Ao saber que a história se tratava e uma menina no ensino médio cometendo bullying com o veterano meio nerd e virgem dela, eu imaginava que a Nagatoro faria uma miríade de pegadinhas com o moleque; pendurar a mochila dele numa árvore, dar peteleco na orelha desavisadamente, sumir com um sapato dele e, ocasionalmente, a questão sexual apareceria na relação dos dois, pra apimentar as coisas. Mas não. O que esse anime tem é só a questão sexual, e mais especificamente o kinkshaming. Para os desavisados, kinkshaming consiste no ato de ridicularizar as preferências sexuais de terminada pessoa como forma de estigmatizar e dimininuí-la socialmente em determinado ambiente. E é só isso que a série faz.
Todas as tiradas da Nagatoro consistem em provocar e oferecer favores sugestivos ao protagonista como forma de atiçá-lo para logo em seguida repreendê-lo em forma de alguma piada o chamando de nojento. Oras, qual é o maldito problema no cara sentir tesão? Ele é um adolescente do ensino médio e geralmente o que alunos do ensino médio mais sentem é tesão. E eu nem estou entrando exatamente na questão da consensualidade porque depois de uns quatro episódios passa a ficar claro de que ele não gosta dela apesar do que ela faz, mas sim gosta dela porque ela faz. Mas só a mera criação desse tipo de ambiente coercitivo e socialmente claustrofóbico de pessoas assediando outra cruzou meu limite em alta velocidade e qualquer concessão que eu tentasse fazer em relação a isso não iria conseguir restaurar esse limite rompido. Cada episódio me fazia dar uma pequena bufada e xingar mentalmente os envolvidos. E como o processo é extremamente repetitivo (sério, até as ofensas que a Nagatoro consegue arrumar pro garoto variam em no máximo uns cinco apelidos, ela chama ele de nojento umas 15 vezes por episódio), cansa muito rápido, em menos de dois episódios eu já odiava a Nagatoro e as amigas dela.
Apesar de odiar a Nagatoro, não posso deixar de notar que ela tem pontos interessantes na personalidade dela. A começar por ser extremamente transparente no que está sentindo. Toda vez que o protagonista a confronta nos assédios que ela comete é ela quem fica extremamente constrangida. Ele costuma aguentar todo tipo de situação constrangedora, mas quando é ela que se afeta o clima morre, mostrando que no fim das contas o limite dela é bem mais frágil que o dela. Bullies geralmente são pessoas com também fortes inseguranças, mas costumam blindar suas fraquezas de forma muito sólida pra assim manter sua autoridade sobres suas vítimas, no entanto a Nagatoro é extremamente transparente nesses sentimentos justamente como forma de externar ao senpai dela como se sente em relação e lida dessa forma tentando encher o saco dele pra compensar o baixo limite que ela tem a esse tipo de coisa. É um personagem horrível, mas interessante em algum nível.
No fim, acho que eu seria capaz de recomendar Ijiranaide Nagatoro-san a alguma pessoa que eu tivesse certeza que gostaria desse tipo de história, afinal, conhecendo romcoms desse tipo que consistem nessa gimmick sendo repetida, ele é um anime exatamente igual a todos os outros do estilo. Eu só realmente odeio a gimmick, então não tem como eu gostar. Ele é o que é e ponto final. Talvez algum dia eu até assista a segunda temporada para falar mais mal desse troço, porque passei a gostar de odiar esse anime.
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