Nota Inicial.
Gostaria de deixar claro que este texto é totalmente respeitoso ao Ig0y e à sua religião. O que segue são apenas minhas opiniões em resposta aos argumentos apresentados no vídeo dele.
Além disso, já o convidei para uma conversa em dezembro, com o intuito de compartilharmos nossos pensamentos sobre o tema. Ele justificou que não poderia participar naquele momento e sugeriu que eu escrevesse um texto. Na época, recusei, pois sabia que seria algo extenso. Contudo, devido à recorrência da polêmica, decidi expor alguns dos meus pontos, reagindo ao novo vídeo dele. Quero ressaltar que o Ig0y tem todo o direito de não querer discutir diretamente comigo, assim como eu tenho o direito de reagir ao vídeo e expressar minhas opiniões de forma saudável e respeitosa.
Registro aqui que tudo o que escreverei neste texto também diria pessoalmente. Portanto, se ele achar necessário e desejar conversar em outro momento, estarei aberto a isso.
Contextualização.
Antes de entrar nos pontos principais do vídeo, é importante contextualizar a situação. A polêmica gira em torno do uso da manji (suástica) nas redes sociais do Ig0y. Não estou dizendo que a culpa seja da vítima, mas tal exposição o coloca em uma posição vulnerável, o que é, no mínimo, uma irresponsabilidade. Além disso, duvido que o Ig0y seja ingênuo a ponto de não prever que essa escolha geraria certos tipos de comentários. Isso sugere que ele buscava provocar algum tipo de reação. Para ilustrar: é como alguém entrar em um estádio de futebol com a camisa do Palmeiras no meio da torcida organizada do Corinthians, alegando que o significado daquela camisa é outro.
1. Tokyo Revengers.
Em um momento do vídeo, Ig0y cita o anime Tokyo Revengers. Embora esse ponto não seja central para os argumentos que ele desenvolve, considero relevante abordar essa obra, pois ela também enfrenta polêmicas devido ao uso da suástica.
Toda obra carrega mensagens, sejam intencionais ou não, explícitas ou subliminares, e reflete valores e conhecimentos. Tokyo Revengers transmite algumas mensagens problemáticas, não tanto pelo uso do símbolo, mas por outros elementos que remetem a grupos ideológicos europeus das primeiras décadas do século XX.
Para que meu ponto sobre outros elementos seja melhor compreendido, recomendo fortemente o filme A Onda, cujo enredo é baseado em um experimento social real ocorrido nos Estados Unidos, em uma escola de Palo Alto, Califórnia. A trama segue um professor anarquista de ciências sociais que decide aplicar um experimento com sua turma, composta por alunos de diferentes orientações políticas, classes sociais e comportamentos. Ao longo do filme, o professor consegue converter toda a classe ao autoritarismo, e a situação se espalha pela escola, saindo totalmente de controle, a ponto de nem mesmo o professor conseguir pôr fim ao movimento sem enfrentar resistência dos próprios alunos.
Cito esse filme porque ele ilustra claramente as origens das ideologias totalitárias, com elementos que também estão muito presentes no anime Tokyo Revengers. Aspectos como: padronização (todos se vestirem iguais), organização, hierarquia, violência, ações em conjunto, identidade comum, sentimento de pertencimento a algo e a figura de um líder carismático, entre outros. Podem conferir o filme no link: A Onda.
Outro aspecto relevante é o contexto cultural japonês. Embora não possamos generalizar, a sociedade japonesa apresenta características etnocêntricas, homogêneas e, muitas vezes, xenófobas. Orgulhosa de sua identidade, essa sociedade costuma não ter uma visão favorável ao que é diferente. Além disso, o que seria extremamente estranho no Ocidente é comum no Japão, onde essas práticas são defendidas como formas de preservar a igualdade e o pertencimento. Nas escolas japonesas, por exemplo, há inspeções rigorosas, como a verificação da maquiagem, das sobrancelhas, do ajuste das roupas e até mesmo da cor das roupas íntimas, que devem ser brancas. Na vida adulta, a padronização continua, deixando pouco espaço para a individualidade. Algumas empresas chegam a medir até a cintura de seus funcionários. Portanto, é impossível falar ou escrever sobre algo que não se conhece ou não se vive, e muitas mensagens presentes nos animes refletem aspectos negativos dessa realidade social japonesa.
Também é importante lembrar que o Japão foi membro do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial, um período marcado por ações terríveis. Até hoje, o país enfrenta tensões com a China e a Coreia, e ocasionalmente surgem autores e obras que se envolvem em controvérsias. Um exemplo disso é a obra Again in Another World, polêmica por exaltar um militar japonês da Segunda Guerra, escrita por um autor que também fez postagens em seu Twitter com insultos discriminatórios contra chineses e sul-coreanos.
Voltando a Tokyo Revengers, o ponto mais problemático desse anime é a forma como retrata as gangues, apresentando uma imagem romantizada e relativamente positiva delas, o que certamente pode atrair jovens. Esse é, na verdade, o cerne da fundação de partidos totalitários, representados pela SA na Alemanha e pelas Camisas Negras na Itália, que eram essencialmente gangues padronizadas e violentas. A situação se torna ainda mais preocupante quando os membros da gangue principal do anime adotam visuais que evocam a estética da SS, com cabelos loiros e roupas pretas, reforçando uma associação perigosa com essas ideologias.
Aqui surge a questão: qual é o uso religioso de uma suástica em uma gangue de rua? Será que o autor desconhecia o outro significado desse símbolo? Alguém realmente acredita que os produtores e diretores desse anime, cuja primeira temporada tem 24 episódios, pensavam que a obra ficaria restrita ao Japão? Embora eu defenda o princípio de que todos devem ser considerados inocentes até que se prove o contrário, me parece altamente improvável que a mensagem, no contexto da obra, não seja, no mínimo, ambígua.
Apesar dessas críticas, reconheço que, se desconsiderarmos esses aspectos, Tokyo Revengers pode ser uma obra divertida e envolvente. Contudo, é crucial que o público tenha senso crítico ao consumir esse tipo de conteúdo.
2. O perfil é meu, faço o que eu quiser.
Essa afirmação é, no mínimo, arrogante e imprecisa. A liberdade nunca é absoluta. Nenhum indivíduo tem liberdade para tudo, pois ela precisa ser limitada para garantir sua própria existência. Esse é o princípio fundamental da liberdade. Por acaso alguém pode ter a liberdade de possuir escravos? Quando alguém incomoda outra pessoa agredindo-a, seja por ações, palavras ou publicações, ultrapassa o limite, e a lei deve intervir, com o Estado punindo essa ação. Por isso, é proibido defender atos criminosos.
Não basta apenas seguir as normas da plataforma. É necessário também respeitar as leis do Estado. Mesmo quando uma ação não está explicitamente tipificada, ela deve seguir os princípios da lei. E além disso, existem normas que não são escritas, mas que fazem parte da convivência social: leis de boa convivência, que exigem apenas bom senso e discernimento. Certas atitudes simplesmente não são apropriadas, e quem as adota está errado.
Por fim, é incorreto afirmar que não há culpa se a intenção não for maliciosa. Se uma ação causa dolo a um indivíduo, a uma organização, à sociedade ou ao ambiente, e se o autor tinha consciência dos riscos envolvidos, ele assume a responsabilidade e, portanto, tem culpa.
3. Lei mundial.
Este tópico será breve, pois, na realidade, não existe uma "lei mundial", como o Ig0y menciona no vídeo. O Tratado de Paris, firmado após a Segunda Guerra Mundial, não é uma lei mundial e teve como foco principal resolver questões territoriais. Não há evidências de que o tratado tenha estabelecido ou abordado algo relacionado ao uso da suástica. Contudo, após a guerra, muitos países passaram a proibir o uso do símbolo em sua forma associada ao regime alemão. Paralelamente, a suástica invertida continuou sendo utilizada em contextos religiosos, como já ocorria historicamente, a fim de se distanciar das conotações ligadas a esse regime.
4. Origem do termo "suástica".
Será mesmo que o termo suástica não possa ser usado para definir o símbolo adotado pelo Nacional-Socialismo? Quantas pessoas no Ocidente, além de estudiosos, conhecem sua origem etimológica? O Ocidente associa o termo suástica aos indianos? No fim, o que importa não é a origem da palavra, mas o significado que ela adquiriu ao longo do tempo. Usar argumentos de origem para justificar o uso correto ou incorreto de suástica ou manji é incorrer em uma falácia etimológica, ou seja, uma falácia de origem.
Atualmente, no Ocidente, a palavra suástica está muito mais associada àquele regime totalitário, enquanto manji mantém vínculos com culturas e religiões orientais. Por isso, para quem conhece essa diferença, o uso de manji (como é chamado no Japão) em vez de suástica ao se referir ao símbolo em contextos religiosos ou culturais é mais adequado e respeitoso com as tradições budistas e hinduístas, pois dissocia o símbolo de um uso histórico alheio a fins religiosos e evita interpretações equivocadas.
Ainda assim, desde que não cause ofensa, não vejo grandes problemas em que pessoas leigas usem o termo suástica, já que ambos se referem ao mesmo símbolo. No entanto, se for alguém esclarecido e com a intenção deliberada de provocar dubiedade ou polêmicas, quem optar por "suástica" não pode se eximir de críticas severas.
A propósito, palavras mudam de significado com o tempo. Por exemplo, o termo "cristão" foi inicialmente usado de forma pejorativa (como escárnio, difamação e desmerecimento) pelos opositores dos seguidores de Cristo. Então, por que a palavra, cunhada por seus adversários e apropriada do nome de seu líder, não deveria ser utilizada? Da mesma forma, "protestante" também foi criada pelos católicos como uma forma de ofensa. No entanto, ambas as palavras perderam seu tom original. Alguém, hoje, se sente ofendido ao ser chamado de protestante ou cristão?
Posso dizer que senti uma forte lacrada do Ig0y no vídeo, ao falar de forma incisiva dos “inimigos britânicos e americanos, grandes empresários maldosos, banqueiros”, os quais, segundo ele, teriam se apropriado do termo indiano “suástica” para associá-lo de maneira vil ao símbolo daquele regime europeu. A alternativa seria os ocidentais darem um nome britânico a um símbolo usado por orientais e ainda serem acusados de anglicismo? Nem mesmo professores de história do ensino médio lacram tanto.
Um adendo, não que isso seja realmente importante, pois estou construindo minha argumentação partindo do pressuposto de que a pesquisa etimológica do Ig0y seja verdadeira. Contudo, em minhas pesquisas, não encontrei absolutamente nada que indicasse que essa palavra tenha sido atribuída por americanos e ingleses com a emancipação da Índia da Inglaterra no pós-Segunda Guerra Mundial, muito menos com o intuito de difamar os indianos. Além disso, pelo que estudei, o termo suástica já era de uso corrente muito antes daquele partido adotar o símbolo. Também não faz sentido atribuir esse nome ao símbolo com conotação difamatória antes da guerra, pois, no mundo ocidental, a suástica era sinônimo de redenção e era amplamente admirada.
Quem realmente fazia a correlação da suástica com os indianos eram os nacionais-socialistas, devido à ideia de que os arianos eram puros, os indo-europeus legítimos, sem misturas. Os indo-europeus (arianos) eram considerados o povo que deu origem ao homem branco, desde parte dos indianos (das castas superiores), passando pelos iranianos, de onde vem o termo ariano, até o homem europeu. Escreveu Adolf Hitler no livro Mein Kampf: "Como nacional-socialistas, vemos em nossa bandeira nosso programa. No vermelho, a ideia social do movimento; no branco, a ideia nacionalista; e na suástica, a missão de lutar pela vitória do homem ariano e, ao mesmo tempo, pelo triunfo da ideia do trabalho produtivo, ideia que é e será sempre anti-semita."
Outra questão etimológica interessante é o uso da palavra "denegrir". Recentemente, uma repórter foi duramente repreendida por um colega ao utilizar esse termo em uma reportagem ao vivo. Logo depois, ela se desculpou de forma vexatória. O problema é que a palavra "denegrir" não possui nenhuma conotação racial, nem há qualquer relação etimológica com esse contexto. "Denegrir" vem do latim denigrare, sendo uma palavra muito mais antiga do que o Brasil e seus problemas atuais. Link da reportagem.
Neste ponto, ao defender o uso de um termo, surge outra falácia além da etimológica: a falácia semântica. Alguém pode criticar meu português "mal escrito", apontando pontuações inadequadas, concordâncias fora da norma ou falta de acentuação, mas nada disso constitui um erro de fato, desde que a mensagem seja compreendida pelo interlocutor. O máximo que se pode dizer é que o uso está fora da norma culta. Portanto, não importa tanto se o símbolo é chamado de "manji" ou "suástica", o que importa é que, se o interlocutor entender a mensagem, ela está correta. Caso contrário, se houver ambiguidade ou falta de entendimento, a culpa é do remetente, que deve fornecer uma explicação mais clara. Erra quem tenta impor, na comunicação, normas que não fazem parte do entendimento comum de determinada cultura ou linguagem. Por fim, só para constar, o termo "suástica" tem registros com mais de 2.000 anos de história.
5. Monark é retardado... Quem vai defender a suástica?
Na antiguidade, na Grécia, existia uma sociedade de ascetas com práticas morais valorosas. Eram místicos, filósofos, pensadores, músicos, astrônomos e, sobretudo, matemáticos. Os membros dessa sociedade eram conhecidos como pitagóricos, em homenagem ao seu fundador, Pitágoras. A ele são atribuídas várias descobertas e contribuições importantes, como o famoso teorema que leva seu nome, a relação matemática nas notas musicais, e também a identificação dos cinco poliedros regulares. Além disso, Pitágoras foi o primeiro a concluir que a Terra era esférica, desafiando as crenças da época.
Os pitagóricos consideravam o dodecaedro, um dos cinco poliedros regulares, composto por 12 pentágonos, como o mais harmonioso e soberano dos sólidos. Para eles, o dodecaedro representava o universo ou o cosmos e era mantido em segredo por ser considerado perigoso demais. O pentagrama, também conhecido como a estrela de cinco pontas, está intimamente ligado ao pentágono regular que compõe o dodecaedro, bastando unir seus vértices por diagonais. O pentágono contém uma quantidade impressionante de números áureos (a divina proporção, o número da beleza) e de retângulos de ouro. As aparições desse número são tantas que é difícil contá-las.
O pentagrama, portanto, era o emblema da escola de Pitágoras e o símbolo utilizado pelos matemáticos para se reconhecerem. Possivelmente, ele foi o primeiro símbolo da matemática, e eu não consigo imaginar outro símbolo mais matemático do que esse. Não há símbolo mais representativo da matemática do que o pentagrama.
Agora, se o pentagrama é o símbolo primordial da matemática, por que ele não é utilizado por matemáticos? Por que não encontramos pentagramas em escolas, universidades ou, ao menos, nos departamentos de matemática? Esse símbolo não deveria ser amplamente adotado por todos da área de exatas? A resposta é simples: durante a Idade Média, o pentagrama passou a ser usado por satanistas, e o que originalmente representava harmonia e sabedoria na matemática assumiu novas conotações. Com o tempo, ele se associou a práticas ocultas e passou a carregar uma carga simbólica negativa. Diante disso, convêm aos matemáticos utilizar o pentagrama hoje em dia? Quem vai defender o pentagrama?
Para mim, que sou da área de exatas e entendo a matemática contida nesse símbolo, seria maravilhoso poder colocar o pentagrama no meu perfil ou até mesmo em meu nome. No entanto, qual mensagem estaria passando? Quem entenderia isso? Quantos, de fato, dentro da área de exatas, conhecem a história e o significado desse símbolo? Posso exigir que as pessoas saibam a história do pentagrama? As pessoas precisam saber? Que tipo de pessoas estarei atraindo se utilizar esse símbolo? Eu posso esperar atrair algo diferente de satanistas e adolescentes problemáticos?
A grande maioria das pessoas entenderá que sou satanista, que não compartilho dos valores morais ocidentais, que tenho ideias dissociadas da norma, e não poderei culpar ninguém por isso; a responsabilidade será exclusivamente minha. É necessário abandonar os pretextos, ter bom senso e compreender que vivemos em uma sociedade real, com uma série de interpretações que não podem ser ignoradas e não em uma realidade imaginária.
Em um contexto escocês, homens podem usar saias; em um contexto russo, homens se beijam como cumprimento; em um contexto árabe, homens andam de mãos dadas. Se alguém sair por aí no Brasil usando saia, beijando homens e andando de mãos dadas com eles, pode-se culpar algum brasileiro por interpretar essas atitudes dentro de um contexto brasileiro? Convém a alguém de cultura diferente da majoritária adotar esse comportamento no Brasil, onde tais atitudes têm conotações e entendimentos distintos? Faz sentido afirmar que essa pessoa no Brasil estava apenas praticando uma cultura diferente e que, ao interpretarem de outra maneira, os brasileiros seriam os preconceituosos e xenofóbicos? Isso não seria "meter o louco"?
6. Apito de cachorro é coisa de cristão?
A Imputação inverídica do "apito de cachorro" aos cristãos é um desrespeito, e uma ironia, quando isso ocorre em um vídeo que supostamente visa reivindicar respeito religioso, inclusive com ameaças aos considerados desrespeitosos. O cristianismo, em sua essência, não prega discriminação racial. Além disso, o cristianismo não defende práticas dúbias, pois não precisa esconder nada e fazer isso vai contra seus princípios fundamentais, que prezam pela clareza e moralidade.
Quem utiliza o "apito de cachorro" não são grupos religiosos com posições abertas, como cristãos, budistas, hinduístas, judeus ou muçulmanos. O "apito de cachorro" é uma prática associada a indivíduos em cargos políticos ou concorrendo a eles, assim como a agentes políticos. Essencialmente são figuras públicas que buscam transmitir mensagens cifradas a uma audiência específica, com fins políticos, especialmente quando estão diante de uma multidão. Frequentemente, essas mensagens estão ligadas a atitudes que a sociedade em geral considera negativas, como práticas golpistas, criminosas e discriminatórias. A linguagem do apito é propositalmente ambígua, sendo interpretada de uma forma pelo público em geral e de outra, mais específica, para o grupo-alvo.
Além disso, a expressão "apito de cachorro" não é adequada para se referir a sociedades secretas, pois essas organizações não compartilham muitos dos elementos políticos e das pautas mal vistas que caracterizam essa prática. Vale destacar que foi a imprensa que popularizou essa expressão, mas nenhum grande veículo de comunicação utiliza o termo para descrever as práticas secretas dessas sociedades.
Cabe destacar que alguém pode usar o "apito de cachorro" de forma não intencional ou ingênua. Nesse caso, a pessoa pode não estar ciente do significado ambíguo da prática, mas, ainda assim, estará sinalizando algo. Outra possibilidade é que a pessoa tenha plena consciência da natureza dúbia de seu ato, mas não se importe com isso, por qualquer razão. Isso não significa que essa pessoa deseje sinalizar para um grupo específico, mas apenas que não se importe o suficiente para alterar a ambiguidade. Dessa forma, há apitos que existem mesmo que não seja a intensão do remetente.
Outro ponto é a questão de quem tem a autoridade para definir o que é ou não um "apito de cachorro". Indagar sobre quem detém essa autoridade, na realidade, é uma falácia. Trata-se de uma falácia non sequitur (que não se segue), pois a existência ou não de uma autoridade não impacta a existência ou a interpretação de um apito. Além disso, é uma falácia de autoridade, pois o simples fato de uma pessoa ou instituição ser considerada uma "autoridade" não valida nem invalida algo como um apito de cachorro.
Por fim, o fusca pode ser um apito de cachorro? Sim, claro, tudo depende do contexto em que a situação está inserida e de como ele pode transmitir uma mensagem dúbia. Os contextos possuem diversas variáveis, mas, para uma mensagem de massa, como a do apito, nenhuma dessas variáveis será de conhecimento particular. Um exemplo disso é o fato de que, até pouco tempo, ninguém sabia sobre a Kombi rosinha do Ig0y, algo de conhecimento restrito e com conotações pessoais.
7. No Brasil, há algum problema? No Ocidente, há algum problema?
Este mês, foi noticiado que um adolescente de 17 anos, usando uma braçadeira com a suástica, tentou invadir uma escola em Monte Mor (SP) portando um machado, galões de gasolina e uma mochila cheia de coquetéis Molotov. No Brasil não há supremacistas? Não há problemas? Leia a notícia
No final do ano passado, a Globo acompanhou a Polícia Federal prendendo um grupo de neonazistas que planejava matar mendigos, negros e nordestinos. Entre os presos, havia um estudante de Engenharia de Agricultura, um auxiliar de escritório, um estudante de Engenharia Automotiva da UFSC, um estudante de Letras e um de Direito, todos com idades entre 20 e 27 anos. Leia a notícia
O Ig0y pediu provas sobre a preocupação com o neonazismo, então aqui estão algumas. A Polícia Federal tem registrado um aumento considerável de investigações sobre apologia ao nazismo. Até 2019, eram entre 4 e 20 inquéritos anuais, mas esse número saltou para 69 investigações em 2019 e 110 em 2020. O Brasil não tem razões para se preocupar? Leia mais sobre os dados
Em 2023, 530 núcleos dessa ideologia foram mapeados no Brasil. A SaferNet Brasil, uma organização não-governamental que monitora crimes na internet, identificou 2.516 páginas com conteúdo nazista em 2020, e o Brasil ocupa a 7ª posição mundial nesse ranking. Leia a notícia
Em oito anos, a Secretaria de Direitos Humanos processou 228.962 denúncias sobre apologia ao nazismo em 21.921 sites, com materiais como imagens, textos, vídeos e músicas. Leia mais sobre as denúncias
Como o Ig0y vive no Brasil, eu poderia me limitar à realidade brasileira. No entanto, como ele questionou todo o Ocidente, é importante lembrar de Anders Behring Breivik, o extremista responsável pela morte de 77 pessoas em 2011, na Noruega. Recentemente, Breivik fez uma saudação nazista aos juízes durante uma audiência sobre seu pedido de liberdade condicional. Leia a notícia
Para não limitar a questão apenas ao Brasil e à Europa, onde o crescimento é alarmante em todos os países, vale lembrar de um grupo de manifestantes dessa ideologia que recentemente realizou uma passeata na cidade de Tampa, na Flórida, nos Estados Unidos. Leia a notícia
Eu poderia passar horas reunindo notícias, dados de governos, informações de investigações policiais e pesquisas de institutos sérios para fornecer as provas que o Ig0y solicitou. No entanto, creio que essas já são suficientes, e qualquer pessoa pode facilmente encontrar muito mais com uma pesquisa simples no Google.
Essas notícias não são narrativas, nem afirmações do Patrux ou opiniões do Ig0y; são simplesmente fatos. E contra fatos tão evidentes, não há contestação. Basta não se manter alheio ao que acontece ao seu redor, buscar se manter minimamente informado e evitar a alienação para perceber a realidade.
Embora eu tenha compartilhado algumas notícias, também carrego experiências pessoais que considero relevantes e que ajudam a mostrar que não estou falando apenas de algo distante de mim. Durante minha adolescência, frequentei uma escola de ensino médio de tamanho considerável, com mais de 4 mil alunos. Em determinado momento, começaram a aparecer símbolos em cadeiras e mesas. Com o tempo, esses símbolos passaram a surgir também nas portas, paredes e corredores, e logo começaram a aparecer nos quadros antes do início das aulas. O símbolo mais comum era a suástica, mas outros também apareciam, junto a frases extremamente perturbadoras.
Era algo absurdo e assustador, que se prolongou por um longo período, crescendo cada vez mais. Não sabíamos exatamente quem estava por trás disso, mas ficava claro que não era coisa de apenas um ou dois indivíduos. O que mais me impressionou foi o fato de que isso não foi parar nos jornais da época, nem a polícia tomou uma atitude mais incisiva. Demorou muito para que alguém reagisse de forma efetiva. Porém, em um dado momento, vários professores se uniram para exibir uma série de vídeos sobre os horrores cometidos por essa ideologia. As imagens eram chocantes, mostrando detalhes e entrevistas com as vítimas. Foram vídeos impactantes, mas necessários. Só depois disso, as manifestações começaram a diminuir e, finalmente, cessaram.
O principal erro do Ig0y é subestimar o mal. Ele acredita que as pessoas, especialmente no Brasil, são esclarecidas e boas, que a sociedade moderna está imune a essas ideias, como se as lições da história já estivessem internalizadas. Além disso, acredita nos jovens, grupo com o qual tem mais contato. Durante a Segunda Guerra Mundial, muitas pessoas pensavam viver em uma sociedade moderna e civilizada, e nem os próprios judeus imaginaram que algo tão horrível pudesse acontecer. Subestimar o mal é uma irresponsabilidade tremenda. Mesmo que o uso de certos símbolos ou a adoção de algumas ideias não sejam ilegais, e mesmo que a intenção por trás de algumas delas seja legítima, boa ou justificável, isso não impede que possam surgir consequências graves e prejudiciais. Essa é uma questão delicada, séria, e o dolo nem sempre é evidente à primeira vista.
Quero compartilhar outro caso que me marcou, envolvendo um ex-vizinho meu. Ele era adepto dessas ideologias, um jovem de físico imponente e oriundo de uma família financeiramente abastada. Um verdadeiro “filhinho de papai”, que não fazia nada da vida além de adotar comportamentos violentos e andar armado com pistolas e submetralhadoras. Lembro de uma situação em que ele chamou uma pessoa caucasiana de “negro” apenas porque ela tinha cabelo cacheado.
Trago essa história porque esse vizinho costumava se exibir publicamente com uma camiseta estampada com uma enorme suástica. Talvez ele se sentisse protegido pela riqueza de seus pais ou acreditasse na impunidade que muitas vezes impera no Brasil. É possível que também tivesse um álibi pronto para o caso de ser abordado pela polícia, alegando, por exemplo, que o símbolo não passava de um “manji”, um símbolo religioso.
No entanto, a história teve um desfecho interessante: certa vez, a polícia o abordou. Embora não o tenha prendido, a abordagem foi eficaz. Os policiais simplesmente arrancaram sua camiseta, rasgando-a bruscamente enquanto ele ainda a usava, deixando-lhe as marcas.
Para concluir este tópico, a questão racial é, em essência, absurda, especialmente no Brasil. Somos uma nação marcada pela miscigenação, e qualquer análise genética revelaria que todos nós possuímos heranças de múltiplas origens. Muitas pessoas de pele branca ficariam surpresas ao descobrir que carregam uma maior carga genética de origem africana, assim como também encontramos pessoas de pele escura com uma maior porcentagem de genes de origem europeia.
8. A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial.
Embora a participação do Brasil nas batalhas da Segunda Guerra Mundial tenha sido limitada em comparação com as grandes potências, ela teve um papel relevante na aceleração do fim do conflito. Contudo, a questão sobre a proibição da suástica em algumas partes do mundo vai além das batalhas militares. Será que o esforço de guerra, por si só, justifica a proibição de símbolos como a suástica? Uma análise séria sobre a Segunda Guerra Mundial não pode se restringir apenas aos eventos bélicos, pois há também um contexto político significativo, especialmente considerando os anos que antecederam o conflito.
No Brasil, existia o Partido Nazista Brasileiro (PNB), uma ramificação do partido alemão, que esteve presente em 17 estados e atuou por cerca de uma década. O Partido Nazista estava presente em 83 países, sendo que o Brasil tinha o maior número de filiados fora da Alemanha. Além do PNB, havia a Ação Integralista Brasileira (AIB). Como o PNB aceitava apenas pessoas nascidas na Alemanha, o movimento integralista acabou sendo o refúgio de muitos simpatizantes das ideias nazistas no país.
Embora Vargas fosse simpatizante de alguns líderes autoritários europeus e de suas ideologias, tendo inclusive imposto muitas das políticas características desses regimes, ambos os partidos, AIB e PNB foram oficialmente extintos quando Getúlio Vargas, por meio do golpe do Estado Novo, implantou seu próprio autoritarismo e proibiu todos os partidos políticos. O fato é que a escolha do Brasil de se alinhar com os aliados não foi uma decisão ideológica, mas sim uma consequência das pressões externas, como as dos Estados Unidos, e da percepção de que a vitória dos aliados já era iminente.
As influências dessas ideologias, no entanto, perduraram na política brasileira e ainda têm relevância nos dias atuais. Alguém já esqueceu o episódio em que o ex-secretário de Cultura, Alvim, copiou trechos dos discursos de Goebbels? Um estudo recente estima que cerca de 100 mil brasileiros ainda são simpatizantes dessa ideologia.
9. Os verdadeiros budistas não usam suásticas.
Minha intenção não é discutir se os verdadeiros budistas usam ou não a suástica, mas sim avaliar se os argumentos apresentados pelo Ig0y, ao responder essa questão, são logicamente válidos. O argumento principal dele é que os opositores à sua ideia estão cometendo a falácia do "verdadeiro escocês".
A falácia do verdadeiro escocês consiste em atribuir uma premissa que não corresponde aos fatores definidores de algo, ou seja, é o uso de uma premissa falsa ou inadequada. Essencialmente, trata-se de uma variação da falácia non sequitur. A questão central, portanto, reside em determinar se o uso ou não da suástica pode ser considerado uma premissa válida para definir quem é ou não um budista. No entanto, em vez de refutar diretamente a premissa e demonstrar sua invalidade, o Ig0y recorre a uma generalização invertida do conceito de "verdadeiro escocês", ou seja, ele acaba utilizando a própria falácia que deveria estar refutando. Além disso, recorre a uma série de falácias de autoridade, tentando reforçar sua argumentação sem validá-la de maneira consistente.
O que define ser um escocês? O que caracteriza um “verdadeiro escocês”? Sem dúvida, tal discussão abre margem para uma guerra de narrativas, com cada parte defendendo sua própria definição, baseada em diferentes interpretações do que constitui um escocês. O ser humano, limitado em sua compreensão, inevitavelmente traz uma multiplicidade de pontos de vista, resultando em diferentes concepções de “verdade” e, por consequência, diversas premissas sobre o que significa ser escocês.
No entanto, pode-se realmente considerar uma “verdade limitada” como a verdade? Para que uma verdade subjetiva exista, não seria indispensável a presença de uma verdade objetiva que a sustente? Se todas as verdades limitadas fossem aceitas como absolutas, qualquer ser humano poderia ser considerado escocês. Mas, se todos são escoceses, quem não seria? Nesse cenário, o próprio conceito de “escocês” perderia sentido e deixaria de existir. Contudo, o conceito de escocês existe, o que implica necessariamente a existência de um verdadeiro escocês.
Alguém poderia argumentar que o verdadeiro escocês é aquele definido pelo governo da Escócia, independentemente de onde tenha nascido. Contudo, essa premissa se baseia em um argumento de autoridade. Outro poderia sugerir que a definição vem do senso comum coletivo da nação, o que constituiria uma falácia ad populum, ou apelo à maioria. Uma abordagem alternativa seria afirmar que o verdadeiro escocês é definido pelo sentido denotativo da palavra. No entanto, existe um significado denotativo claro para "verdadeiro escocês"?
Um poderia dizer que o verdadeiro escocês é aquele que nasceu na Escócia; outro, que é aquele com descendência direta de escoceses que viveram ali em séculos passados; outro ainda, que é aquele com linhagem genética "pura". Há quem defenda que escocês verdadeiro é quem adota a cultura escocesa, e há também quem diga que é simplesmente aquele que "se sente" escocês no coração. Mas, se todos no mundo se considerarem homens escoceses, então, ainda existiriam mulheres?
Quem detém a autoridade para determinar quem é budista e quem não é budista? Pertence ao senhor Nakagaki essa prerrogativa? Por que o Patrux e seus colegas não teriam o direito de definir quem é o verdadeiro budista? O Ig0y, assim como eu, como o Patrux, os amigos de Patrux, o senhor Nakagaki e todos os outros seres humanos, é um mamífero, bípede, com um telencéfalo altamente desenvolvido e um polegar opositor (Ilha das Flores, 1989). O fato de qualquer indivíduo afirmar algo não confere automaticamente veracidade à sua afirmação, nem tampouco a torna falsa. O simples fato de alguém afirmar que a gravidade não existe não anula sua existência, assim como a declaração de que ela existe não a comprova. Alegar que o Patrux ou qualquer outra pessoa não tem a capacidade de afirmar o que é verdadeiro é um exemplo claro de argumentum ad verecundiam, uma falácia de apelo à autoridade.
Quem é o Ig0y para afirmar que não existe paganismo no budismo? Quem lhe conferiu a autoridade para declarar que o budismo de Oxford é falso? Qual é a base para que o Ig0y se autoproclame responsável por definir quem é um verdadeiro budista? O que o habilita a determinar o que é verdade? Não estou afirmando que o budismo contenha elementos pagãos, nem que o budismo de Oxford seja a única forma legítima da prática, mas é curioso observar o Ig0y reivindicar para si uma autoridade que ele nega aos outros. Como se, ao se declarar budista, isso lhe conferisse o direito absoluto de determinar a verdade. Mais impressionante ainda é ver como ele acredita estar refutando alguém ao recorrer a esse tipo de argumento.
Existem o bem e o mal, o bom e o ruim, o belo e o feio, assim como a verdade e a mentira. O Ig0y, contudo, não questionou a validade da premissa de seu opositor, mas relativizou a própria existência da verdade ao fugir com o argumentar que existem muitas vertentes do budismo. Essa relativização da verdade é um ponto central na filosofia dos sofistas, constantemente refutada desde a Antiguidade.
Fazendo uma analogia com produtos, há os verdadeiros e os falsos, os de marca e os piratas, os originais e os similares. Será que o simples ato de alguém se declarar budista basta para torná-lo um budista verdadeiro? Ou seria o "verdadeiro" aquele que o Ig0y decidir apontar como tal? Posso eu, por exemplo, me declarar budista? Todos somos budistas? Ninguém é budista? Afinal, quem é o verdadeiro budista?
10. O crescimento daquela ideologia.
Não parece que o argumento sobre crescimento se der a um crescimento vegetativo, como o Ig0y sugeriu ao responder ao questionamento, mencionando o aumento populacional global e os oito bilhões de habitantes. Na verdade, isso pareceu mais uma tentativa de tangenciar com uma falsa premissa, utilizando a falácia do espantalho. Além disso, o argumento de que pais adeptos daquela ideologia, ao terem filhos, transmitam suas ideias como se fossem genes é falho. Esse tipo de crescimento geracional não reflete a preocupação real da sociedade nem o padrão observado. É bem comum atualmente que membros de uma mesma família tenham orientações ideológicas distintas, independentemente de algum parente ser adepto desta ou daquela visão.
Além disso, é inadequado falar apenas em crescimento absoluto de adeptos sem considerar a proporção em relação à população total, ou ao menos abordar ambos os aspectos. Primeiro, porque os estudos disponíveis não indicam essa constatação restrita. Segundo, porque, se não houvesse percepção de crescimento proporcional, a relevância social dessas ideias não estaria aumentando.
Outro ponto crucial é que o Ig0y defende a ideia de que tanto o racismo quanto o antirracismo podem crescer simultaneamente. No entanto, isso não é possível em um crescimento proporcional, pois são ideias antagônicas. Uma pessoa ou é racista, ou não é. Não há espaço para neutralidade ou uma posição apolítica entre essas duas perspectivas, assim como não existe um "centro" entre o racismo e o antirracismo.
Rebatendo ainda o argumento de crescimento vegetativo, os resultados do último censo realizado no Brasil indicam um crescimento populacional modesto e apontam que este será o último censo com aumento da população. Na Europa, nas Américas e na Oceania, o chamado "inverno populacional" já é uma realidade. Essas regiões apresentam taxas de natalidade abaixo do nível de reposição, resultando na redução da população nativa. Curiosamente, são justamente nesses locais, onde há presença do homem branco, que a população branca apresenta uma taxa de natalidade ainda mais baixa do que a média geral desses países, que já está abaixo da taxa de reposição. Ou seja, o declínio é ainda mais acentuado nesses países quando isolamos a população branca.
A Europa apresenta uma quase estagnação populacional, com um crescimento total de apenas 0,06% ao ano, impulsionado principalmente pela forte imigração que recebe. O mesmo ocorre em diversos outros países desenvolvidos, como Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que registram um crescimento populacional muito modesto, igualmente dependente da imigração. No Japão e na Coreia, embora recebam imigrantes, a população está em declínio absoluto. A única exceção entre os países ricos é os Estados Unidos da América, que também enfrenta um forte declínio na população nativa, mas graças à elevada imigração, consegue manter um crescimento populacional total considerável.
Até a China registrou uma diminuição populacional em relação ao ano anterior, algo que ocorreu pela primeira vez em sua história em 2022. Além disso, a China deixou de ser o país mais populoso do mundo. A baixa taxa de natalidade tornou-se uma das maiores, se não a maior, preocupações do Partido Comunista Chinês. O crescimento populacional global é impulsionado principalmente pela África, países de maioria islâmica e Índia. Será que é nesses locais que está ocorrendo o crescimento real daquela ideologia?
Na Europa, o problema com o crescimento daquela ideologia é mais acentuado devido a diversos fatores. A imigração islâmica é significativa e tende a resistir à adaptação cultural, gerando choques e alimentando o sentimento de perda de identidade entre a população nativa. Esse medo, associado a fatores históricos, crises econômicas, grande endividamento público e baixíssimas taxas de natalidade, cria um terreno fértil para o crescimento de ideias supremacistas. A proporção de imigrantes ou descendentes recentes de imigrantes na população europeia é alta, o que intensifica esses sentimentos e o crescimento alarmante de tais ideias.
Por último, o argumento da internet, comum entre professores de ensino médio, e frequentemente utilizado como uma explicação para tudo. Primeiramente, o acesso à internet no Brasil já é tão abrangente há quase uma década que seria razoável afirmar que ela é praticamente universal há muito tempo. Se essa é a realidade de um país considerado pobre e em desenvolvimento como o Brasil, imagine a situação nos países ricos e desenvolvidos. Além disso, a internet facilita a propagação de qualquer ideia, inclusive as antirracistas, que não podem estar crescendo se as ideias racistas o estão, como já mencionei anteriormente. O máximo que se pode aceitar é que o engajamento e radicalização de ambos os lados estejam crescendo, mas não é apenas nisso que essas ideias estão se expandindo. Elas cresceram muito mais rapidamente e de forma mais abrangente no início do século passado, quando sequer existia a televisão. A internet, por si só, não mata pessoas; são as pessoas que matam pessoas.
11. Quem computa os crimes?
Respondendo ao ataque à fonte do Ig0y, não vou ser repetitivo trazendo links, pois já compartilhei diversas fontes sérias, incluindo matérias jornalísticas com dados da Polícia Federal, agências do governo, pesquisas acadêmicas e ONGs. No entanto, isso não significa que essas informações, por virem dessas fontes, sejam automaticamente infalíveis ou imunes a questionamentos. O erro do Ig0y está em desqualificar os dados com base apenas na fonte ou no argumentador. Esse tipo de discurso, que ataca a fonte em vez de abordar os argumentos em si, configura uma falácia (Argumentum ad hominem). Vale lembrar também que parte desses dados é da Polícia e das agências do governo Bolsonaro, que obviamente não tinham interesse em divulgar informações sobre o aumento desses fenômenos, mas o fizeram assim mesmo. Quando for levantar esse tipo de questionamento, é necessário especificar: quem, quando, onde e por que motivo dariam dados errados ou manipulados. Não é plausível levantar esse tipo de dúvida superficial, genérica, sobre a fonte sem justificativa.
Além disso, isso não está ocorrendo somente no Brasil. O aumento desses casos também é registrado em todo o Ocidente, por instituições muito mais credenciadas e sérias do que as brasileiras. Quais as probabilidades de todas elas estarem manipulando dados e envolvidas em um complô internacional?
Atacar a metodologia poderia ser um argumento válido, mas o Ig0y faz isso com uma alegação sem fundamento. Ele afirma que essas instituições classificam o uso do manji (a suástica usada com fins religiosos) como crime de apologia. Não, assim não, pelo amor de Deus, não vá por esse caminho. Será que houve um aumento tão grande de budistas no Brasil usando esse símbolo, a ponto de a polícia investigar isso nas sangas? É óbvio que a polícia e o governo não consideram isso como apologia. Algumas das reportagens que encontrei explicavam os critérios de contagem e não deixavam margem para esse tipo de confusão. Em uma delas, até especificaram que o manji, quando usado com fins religiosos, não é considerado apologia.
Pior do que isso é a suposta prova apresentada por Ig0y sobre os erros metodológicos, que, para começar, não tem nenhuma relação com apologia àquela ideologia, mas sim com homicídios de mulheres. Para quem não sabe, a Lei nº 13.104/15, que define o que é feminicídio, estabelece como tal a discriminação de gênero (Art. 1º, § 2º-A, II)ou violência doméstica (Art. 1º, § 2º-A, I). Questionar a metodologia, alegando que ela está errada por contar um crime de violência doméstica, quando na verdade está de acordo com a lei que tipificou o feminicídio, é um grande equívoco. Além disso, surge a seguinte dúvida: será que uma mulher pode odiar as mulheres ou até mesmo o fato de ser mulher?
12. A cruz de Pedro.
Não há indícios de que cristãos estejam interessados em resgatar o uso desse símbolo porque ele nunca precisou ser resgatado. A cruz invertida faz parte da tradição católica não bíblica, baseada no relato de que Pedro teria sido crucificado de cabeça para baixo. O relato mais antigo sobre a morte de Pedro é atribuído ao teólogo Orígenes, que viveu entre 185 e 253. Esse símbolo está ligado a Pedro, não a Cristo, e na Igreja Católica apenas o papa, que se declara sucessor apostólico de Pedro, utiliza esse emblema. O papado nunca deixou de usá-lo, e não faz sentido que outra pessoa queira adotá-lo como símbolo.
Os satanistas da Idade Média começaram a usar a cruz invertida pelo significado evidente de um Cristo invertido, como um símbolo de oposição ao cristianismo. Antes disso, as pessoas comuns não a utilizavam pela mensagem negativa que transmitia. Além disso, ela nunca foi o símbolo da cristandade, que sempre teve a cruz tradicional como seu emblema mais importante e universal.
13. O intolerante Karl Popper.
Eu aprecio o paradoxo da intolerância e compreendo sua origem, que é, em essência, uma releitura da Lei de Talião para um caso específico: olho por olho, dente por dente, intolerância por intolerância. Apesar de admirar o princípio dessa lei, considero que há um equívoco em sua aplicação prática por muitos. Justiça não deve ser feita com as próprias mãos, pois isso nem ao menos é justiça.
O julgamento e a aplicação da lei pertencem exclusivamente ao Estado e, em última instância, a Deus. Cabe ao povo exercer a tolerância e praticar o perdão. Afinal, se alguém roubar, rouba-se de volta? Se alguém matar, mata-se de volta? Um erro nunca pode justificar outro.
14. Ig0y raivoso.
Quando há uma promessa de causar dano, mesmo que não seja diretamente contra outra pessoa, mas com a intenção de provocar algum tipo de prejuízo, isso já se torna problemático.
Quando o Ig0y diz a seus oponentes que deveriam agradecer por ele “apenas” entrar com um processo, o que exatamente ele quer dizer com isso? O que mais, além de um processo, ele estaria sugerindo? Isso poderia ser interpretado como uma ameaça?
Ao afirmar que procuraria o empregador do Patrux para tentar demiti-lo, o Ig0y não estaria fazendo outra ameaça? E, se realmente conseguisse causar esse prejuízo ao Patrux, como isso deveria ser caracterizado?
Fazendo um exercício mental sobre a ideia de Ig0y ir atrás do empregador de Patrux: qual seria o custo disso? Quatro, cinco ou seis mil reais? Será que Ig0y teria recursos para gastar dessa forma? E, mesmo que tivesse, isso realmente valeria a pena? Ele sabe, ao menos, onde Patrux mora para tentar descobrir seu emprego ou mesmo para processá-lo?
Supondo que Ig0y conseguisse encontrar o emprego, quem garante que Patrux trabalha em uma empresa pequena, com um patrão acessível? E se for uma grande corporação? Como Ig0y sequer passaria da recepção? Grandes empresas raramente se preocupam com questões pessoais de seus funcionários, a menos que Patrux fosse, por exemplo, um CEO. Mesmo que Patrux trabalhasse em uma empresa pequena, e mesmo que Ig0y conseguisse falar com o empregador, quem garante que o patrão não apoiaria Patrux em vez de prejudicá-lo?
Além disso, quem disse que Ig0y teria como publicar algo contra Patrux no LinkedIn? Como sabemos que Patrux sequer tem um perfil lá? E, sinceramente, quem realmente se importa com o LinkedIn? Esse tipo de ameaça merece mesmo ser levado a sério?
Por fim, quando Ig0y chama alguém para um encontro, fazendo gestos com a mão fechada, isso também não soa como mais uma ameaça?
Ore dake Level Up na Ken Season 2: Arise from the Shadow
Solo Leveling teve uma primeira temporada muito divertida e terminou deixando uma enorme expectativa para a continuação. Felizmente, a aguardada segunda temporada mantém o mesmo estúdio e diretor, prometendo uma experiência tão boa quanto, ou até melhor, que a primeira.
Kusuriya no Hitorigoto 2nd Season
A primeira temporada estreou ao mesmo tempo que Frieren, o que acabou ofuscando o brilho do anime da Apotecária. Ainda assim, está entre os animes mais bem avaliados no MyAnimeList e possui uma popularidade significativa. Parece ser uma escolha certeira, pois tudo aponta para uma continuação promissora.
Dr. Stone: Science Future
Tudo indica que esta será a última temporada. Para quem acompanhou todas as anteriores, com seus altos e baixos, parece indispensável assistir para finalmente conhecer o desfecho da trama.
Sakamoto Days
Este anime conta a história de um ex-assassino que, agora aposentado, só quer curtir a família e tocar seu pequeno negócio. A trama promete uma mistura de ação e comédia, trazendo antigos rivais e parceiros que ainda perseguem o protagonista, apesar de ele não matar mais ninguém. As expectativas para a série são altas: antes mesmo de a primeira temporada estrear, uma segunda já foi anunciada. O sucesso do mangá, amplamente elogiado, e o grande número de pessoas que planejam acompanhar o anime reforçam o hype. No entanto, ao assistir ao trailer, a produção revela-se simples, o protagonista não demonstra grande carisma, e o anime transmite a sensação de ser uma obra underground que, curiosamente, vem sendo bastante aguardada.
Kimi no Koto ga Daidaidaidaidaisuki na 100-nin no Kanojo 2nd Season
Apesar de ter recebido muitos comentários positivos sobre a primeira temporada, não a assisti, e por isso não pretendo acompanhar a segunda. Um anime com um protagonista que tem 100 namoradas me parece ter personagens demais para ser realmente envolvente. Além disso, alguns comentários mencionam que a obra já poderia ter terminado de forma satisfatória na primeira temporada, o que me deixa ainda mais cauteloso em relação à continuação.
Watashi no Shiawase na Kekkon 2nd Season
Os primeiros episódios da primeira temporada, inspirados no conto da Cinderela, foram excelentes. No entanto, a partir de certo ponto, o anime deu a impressão de que já não tinha mais uma boa história para contar, acabando por perder a qualidade e a direção da trama. Meu interesse pela obra diminuiu consideravelmente na segunda metade da temporada, o que deixou pouca motivação para assistir à continuação.
Jibaku Shounen Hanako-kun 2
Não sou muito fã do gênero desta obra, então não me interessei em assistir à primeira temporada, muito menos à segunda. De qualquer forma, assisti ao trailer, que pareceu bem produzido e pode ser um bom indicativo para quem aprecia esse tipo de proposta.
Unnamed Memory Act.2
Ao ler a sinopse, é possível perceber o grande potencial da trama, argumento reforçado pelas boas avaliações da Light Novel. No entanto, a primeira temporada foi mal recebida, com avaliações baixas e popularidade modesta, possivelmente devido às mudanças polêmicas na adaptação, que não agradaram ao público. Como a primeira temporada estreou no meio deste ano, é provável que a segunda já estivesse planejada antes mesmo de seu lançamento. Pessoalmente, não assisti à primeira temporada, o que me torna ainda menos inclinado a acompanhar a continuação. Além disso, o trailer não foi empolgante.
Honey Lemon Soda
Romance escolar com uma trama já conhecida: uma garota introvertida e um garoto popular em meio a conflitos de bullying. Não há nada de novo na proposta, mas espero que, ao menos, o desenvolvimento dos personagens seja interessante. Em termos de gráficos, o estilo é bem simples e mediano. No geral, parece uma obra que apela para coitadismos e traços meio woke, sem elementos realmente marcantes que chamem a atenção.
Class no Daikirai na Joshi to Kekkon suru Koto ni Natta
Uma comédia romântica em que dois estudantes se casam e começam a morar juntos. Gosto dessa proposta, pois é mais interessante do que as tramas que costumamos ver em animes. Agora, o sucesso da série vai depender principalmente da criatividade e do talento cômico do diretor.
Ao no Exorcist: Yosuga-hen
Quinta temporada. Sei que há quem goste, mas eu acabei desistindo já na primeira temporada.
Guild no Uketsukejou desu ga, Zangyou wa Iya nanode Boss wo Solo Toubatsu Shiyou to Omoimasu
Dizem que, um dia, haverá um anime para tudo, e talvez isso seja um reflexo de excesso de criatividade ou falta de ideias, como no caso deste, em que a protagonista é uma recepcionista de uma guilda de aventureiros. Mesmo assim, a premissa parece interessante, já que, para se livrar das pilhas de papelada, nossa heroína decide se tornar uma aventureira secreta. Infelizmente, a animação do trailer deixa a desejar, com o uso de 3D que parece destoar. Com uma animação melhor, poderia ser uma boa aposta, mas, com esses problemas, provavelmente ficará abaixo do aceitável.
Grisaia: Phantom Trigger the Animation (TV)
A franquia Grisaia possui três arcos realmente excelentes, mas o restante do material apresenta, no máximo, alguns momentos acima da média. O maior problema, no entanto, é que a trama foi concluída na segunda temporada. Depois disso, ainda foram lançados dois filmes que receberam críticas negativas. Não vejo o que uma terceira temporada poderia acrescentar à história e, pessoalmente, acredito que será apenas fanservice barato.
Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsuujinai
Mais uma comédia romântica da temporada, embora esta pareça ter mais foco no romance do que na comédia. O mangá não é muito bem avaliado, o estúdio não tem obras de grande destaque, e o diretor também não possui um portfólio com grandes projetos. Nem o trailer escapa da mediocridade (no sentido de estar na média). Tem tudo para ser um dos animes mais medianos da temporada.
Ishura 2nd Season
Reconheço que a primeira temporada teve seus problemas, mas, no geral, foi até bem positiva. Estou ansioso para conferir esta segunda temporada e espero que ela me surpreenda, corrigindo os erros e mantendo os acertos da temporada anterior.
Übel Blatt
A sinopse do anime promete uma fantasia épica em grande escala. Já pelo trailer, é possível perceber que a demografia alvo é voltada para o público adulto, dado o conteúdo extremamente violento, com cenas de sangue explícito. A animação, embora não impressione, parece ser suficientemente boa para não prejudicar a experiência. Meu maior receio é que, com o mangá recebendo uma avaliação mediana, a trama possa acabar sendo morna, somada a uma animação que não se destaca muito. No entanto, ainda pode se tornar um sucesso da temporada por ser uma das poucas opções focadas em ação, com um protagonista overpower e outros elementos de aventura que costumam atrair o público. Além disso, conta com um toque de ecchi, o que pode atrair ainda mais pessoas.
Kono Kaisha ni Suki na Hito ga Imasu
Mais uma comédia romântica da temporada, sinal de que a moda dos isekais parece estar cedendo espaço para os romances. Diferente de outras obras dessa lista, esta é um seinen, com personagens adultos e um ambiente de conflito situado no local de trabalho, o que pode ajudar na identificação do público-alvo. Embora tenha um diferencial em relação aos romances escolares, a proposta em si é bem comum. Talvez o que realmente destaque a série seja a sutileza no comportamento dos personagens, especialmente enquanto tentam manter o romance em segredo no trabalho.
Zenshuu
Uma obra original cuja sinopse descreve, de forma resumida, uma narrativa sobre a própria indústria de animes, acompanhando a trajetória de um jovem que se torna animador e, mais tarde, diretor. Curiosamente, o trailer não parece ter nada em comum com essa descrição; talvez, para atrair o público, tenham preferido destacar cenas de ação ambientadas em um mundo medieval, possivelmente de um anime que o próprio protagonista está criando. A sinopse também menciona que o protagonista nunca se apaixonou e está tentando entender o conceito de primeiro amor, o que indica a possibilidade de mais um romance na temporada. Sendo uma produção da Mappa, há uma expectativa de que, no mínimo, alcance um sucesso relativo e tenha uma qualidade aceitável. Além disso, em geral, obras que retratam a indústria de animes tendem a agradar os críticos.
Okinawa de Suki ni Natta Ko ga Hougen Sugite Tsurasugiru
Mais uma comédia romântica escolar na temporada, provavelmente com um trio romântico em jogo. Desta vez, a problemática foca na comunicação entre dialetos regionais japoneses, o que pode trazer um toque interessante à dinâmica. O diretor, apesar de bastante experiente na função e com boas obras no currículo, é o mesmo que comandou o controverso Berserk 3D. O estúdio, por sua vez, é relativamente pequeno, e o mangá não tem uma avaliação muito positiva.
Medalist
Naturalmente, já tenho uma certa aversão por animes de esporte, especialmente quando apresentam um estilo meio "moe". O fato de a protagonista ser uma garotinha feia também limita a trama às competições e a alguns momentos fofos, sem espaço para expectativas de romance. Pelo menos, o mangá é bem avaliado, o que traz alguma esperança para a adaptação.
Izure Saikyou no Renkinjutsushi?
A proposta do anime gira em torno de um herói que, ao ser convocado por engano para outro mundo, recebe, em decorrência desse equívoco, um poder especial de criar praticamente qualquer coisa. Embora esse poder seja superapelativo, o protagonista está interessado apenas em viver uma vida pacífica e tranquila. Isso acaba gerando um grande problema para a trama: a falta de uma motivação clara. Sem isso, a história pode se tornar desinteressante, já que não parece haver um grande conflito ou desafio que justifique o interesse em acompanhar a jornada.
NEET Kunoichi to Nazeka Dousei Hajimemashit
Mais uma comédia romântica da temporada, baseada em um mangá mal avaliado e adaptada por um estúdio pequeno. O "diferencial" da obra é focar em Otakus NEET e incluir alguns elementos sobrenaturais.
Nihon e Youkoso Elfo-san
Um isekai reverso em que uma elfa vem para o nosso mundo e tenta se adaptar à vida cotidiana de uma adolescente humana, enquanto divide cenas cômicas com o protagonista. O que espero desse anime são algumas cenas engraçadas, outras fofas, provavelmente um toque de romance, e muitas situações chatas do dia a dia. Sinceramente, não sei se vale a pena; provavelmente vai depender de quantas cenas enfadonhas teremos que suportar até as boas chegarem e de quão boas elas realmente serão.
Akuyaku Reijou Tensei Ojisan
A ideia de um anime otome game com uma vilã como protagonista me agrada, mas não com um velho japonês reencarnado no corpo de uma garota jovem e loira. Que tipo de fetiche é esse? Além disso, a sinopse menciona que a proposta é exaltar, através do protagonista, os valores de trabalho, o perfeccionismo e a moral familiar japonesa. Parece que a obra está mais preocupada em transmitir uma mensagem do que em oferecer uma narrativa realmente interessante.
S-Rank Monster no "Behemoth" dakedo, Neko to Machigawarete Elf Musume no Pet toshite Kurashitemasu
Anime sobre um gato adotado por uma elfa e um grupo de jovens aventureiras, que na verdade não é um gato, mas sim o monstro mais perigoso e poderoso deste mundo. Além disso, ele carrega a alma de um cavaleiro reencarnado. Até consigo entender a criatividade da proposta, mas falta motivação e identificação com os personagens.
Salaryman ga Isekai ni Ittara Shitennou ni Natta Hanashi
Mais um isekai em que o protagonista acaba trabalhando para o rei das trevas. O diferencial é que ele não possui poderes e conquista seus feitos apenas com as habilidades de um trabalhador comum da Terra. Provavelmente será um anime com pouca ação, focado mais em administração, com alguns momentos cômicos, já que se trata de uma comédia, e algumas pitadas de romance. A proposta é bastante genérica, e para completar, o mangá não tem uma boa avaliação.
Botsuraku Yotei no Kizoku dakedo, Hima Datta kara Mahou wo Kiwametemita
A principal problemática da obra é a dificuldade financeira da família nobre do protagonista. No entanto, isso nem parece ser tão relevante, já que a verdadeira proposta da obra é a de um jovem aprendendo a usar magia. Ou seja, a trama se resume a um longo e entediante arco de treinamento.
Hana wa Saku, Shura no Gotoku
Um drama escolar com uma pegada mais adulta, que se passa em uma pequena ilha com uma população reduzida, envolvendo leitura e transmissões de rádio. Como é comum em dramas, o ritmo será mais lento, com cenas contemplativas e situações cotidianas, algo que nem todos apreciam, e, mesmo para os que gostam, não é algo para consumir o tempo todo. Ainda assim, sinto que pode valer a pena, pois parece oferecer um conteúdo reflexivo de boa qualidade, com momentos emocionantes. Além disso, não me parece ser um melodrama exagerado a ponto de se tornar piegas.
Ameku Takao no Suiri Karte
Anime sobre um doutor investigativo, o que me lembra bastante a série Dr. House. Não acredito que este anime consiga replicar o sucesso da série, pois nela há uma grande dedicação à pesquisa na produção do roteiro, com narrativas recheadas de reviravoltas bem orquestradas, grande verossimilhança e um humor sarcástico marcante.
Fuguushoku "Kanteishi" ga Jitsu wa Saikyou Datta
Um protagonista desvalorizado pelo seu poder é usado, abusado e, eventualmente, abandonado pelos seus companheiros aventureiros. Porém, após pensar em desistir, ele dá a volta por cima, forma um novo grupo e mostra que o seu poder desvalorizado, na verdade, é extremamente importante. Pela sinopse, percebe-se que a trama é um tanto genérica, e pelos gráficos apresentados no trailer, é possível notar os elementos mais comuns e desinteressantes próprios do gênero.
Douse, Koishite Shimaunda
O anime segue a história de uma garota com o coração partido que encontra quatro garotos que se apaixonam por ela e a cortejam. Trata-se de um harém reverso escolar voltado para o público feminino. Embora, por uma questão demográfica, esse tipo de proposta geralmente não me atraia, o que mais me deixa cético é a avaliação negativa do mangá.
A-Rank Party wo Ridatsu shita Ore wa, Moto Oshiego-tachi to Meikyuu Shinbu wo Mezasu
Mais um anime de fantasia em que o herói, maltratado, explorado e ridicularizado pelos seus colegas de grupo, deixa o time e se junta a outro, onde seus verdadeiros talentos podem se manifestar e revelar o seu poder. A única diferença dessa trama é que o novo grupo do herói é formado exclusivamente por mulheres, que são suas ex-alunas. Além disso, os gráficos do trailer estavam bons, mas ainda assim eram bem genéricos. O que realmente me desagradou foi a música do trailer.
Mahoutsukai no Yakusoku
Adaptado de um jogo pouco conhecido, e ainda não há uma sinopse disponível para esta obra no MAL. No entanto, foi lançado o trailer sem legendas, e posso dizer que, visualmente, está aceitável e até bonito. No mais, não posso recomendar algo com tão poucas informações.
Kisaki Kyouiku kara Nigetai Watashi
Mais uma comédia romântica da temporada, desta vez com uma pegada de conto de fadas ao estilo "princesinha da Disney". A protagonista é prometida em casamento a um príncipe desde a infância, mas rejeita a ideia de um casamento arranjado. A trama se desenvolve com o príncipe tentando conquistá-la, enquanto ela tenta resistir aos seus encantos. Não nego que a proposta tenha um forte apelo, especialmente para certos públicos, mas, para mim, que já vi tantas histórias com essa premissa, isso sozinho não é o suficiente.
BanG Dream! Ave Mujica
Mais um daqueles animes musicais com idols, um gênero que parece ter um forte apelo com o público japonês e aparece quase toda temporada. Este é o sétimo título da franquia BanG Dream, o que comprova sua resiliência. Acredito que a obra tenha alguma história de fundo, que pode até ser interessante, mas provavelmente não foge muito dos clichês do gênero. Afinal, o que realmente atrai o público nesse tipo de produção não é tanto a narrativa, mas sim a admiração pela cultura idol e pelas músicas japonesas. Além disso, não acredito que os produtores tenham um interesse genuíno em alcançar um sucesso mundial com essas obras, mas apenas em atender a um público específico que consome produtos relacionados.
Sentai Red Isekai de Boukensha ni Naru
O isekai do super sentai. Basicamente, a trama gira em torno de um Power Ranger vermelho que é invocado para o clássico mundo de fantasia do gênero isekai. Tenho que admitir que a proposta é criativa e, por ser tão inusitada, conseguiu arrancar alguns risos de mim. Sinceramente, eu gostaria de apostar mais nesse anime, mas o trailer revela uma animação mediana: bem acabada, mas sem alma, repleta de clichês e com aquele aspecto industrial. Para piorar, o mangá também não foge do mediano em suas avaliações.
Babanbabanban Vampire
É um boys love no qual um vampiro gay deseja provar o sangue de um jovem virgem de 18 anos. O conflito surge quando o vampiro descobre que o garoto que ele vinha "cultivando" atinge os 15 anos, entra na puberdade e se apaixona por uma garota da mesma classe. É claro que o vampiro não vai permitir que esse romance aconteça.
Sorairo Utility (TV)
Anime de esporte, focado em garotinhas japonesas praticando golfe. Confesso que já tenho uma certa antipatia por animes desse gênero, mas este me causa uma reação ainda mais negativa, pois não consigo enxergar muita verossimilhança em jovens meninas jogando um esporte tradicionalmente associado a homens ricos, velhos e americanos. Pelo menos, há um problema real a ser superado pelas protagonistas.
Hazure Skill "Kinomi Master": Skill no Mi (Tabetara Shinu) wo Mugen ni Taberareru You ni Natta Ken ni Tsuite
Antes de falar da trama propriamente dita, gostaria de fazer um comentário sobre como é comum encontrar personagens em animes com designs inspirados e muito similares aos de Kirito e Saber. Quanto à trama, há um subtexto que valoriza pessoas desvalorizadas pela sociedade moderna, especialmente no contexto dos agricultores. Claro que essa mensagem é emoldurada por uma narrativa que se passa em um mundo de fantasia, com o protagonista humilde e resignado adquirindo uma habilidade que o torna o mais poderoso do mundo. No entanto, esse conceito por si só não me parece suficientemente inovador ou atraente, e pode até se perder na tentativa excessiva de transmitir uma mensagem. Além disso, o que realmente me deixa com o pé atrás em relação à obra é o fato de o mangá ser bastante mal avaliado.
Momentary Lily
É um anime original, com elementos moe e de vida cotidiana, mas ambientado em um mundo pós-apocalíptico invadido por alienígenas mecânicos, contra os quais as protagonistas lutam usando uma ou mais armas poderosas. As garotas parecem ser as únicas sobreviventes, já que só conhecem umas às outras. O trailer mostra uma das garotas em combate com os inimigos, lembrando o estilo de "garotas mágicas". A impressão que tenho é que misturaram vários conceitos de outras obras e colocaram no liquidificador, o que pode até dar certo em alguns casos, mas também pode resultar em uma verdadeira "gororoba". Pessoalmente, não sou fã de alguns desses ingredientes, então não me arrisco. Além disso, o trailer utiliza muita computação gráfica, especialmente para transformar cenas reais em animações. Embora eu perceba uma beleza nos cenários e um cuidado na fluidez do cabelo das personagens, a combinação de elementos acaba parecendo artificial e não harmônica.
Magic Maker: Isekai Mahou no Tsukurikata
Outro Isekai, desta vez com um protagonista que reencarna em um mundo de fantasia onde não existe magia. O enredo gira em torno de sua frustração por viver em um mundo sem magia, levando-o a criar a própria magia. Preciso mesmo explicar por que esse enredo é um lixo?
Hotel Tasokare
O anime é baseado em um jogo e gira em torno dos mistérios envolvendo fenômenos sobrenaturais e um hotel isolado. Os primeiros segundos do trailer até chamaram minha atenção, especialmente pela ambientação do hotel no meio do nada e pela trilha sonora. No entanto, meu histórico com animes dessa proposta não é muito positivo. Alguns elementos típicos de animes de temporada não costumam se encaixar bem com o gênero e, geralmente, não conseguem me transmitir fortes emoções.
Mahoutsukai Precure!! Mirai Days
Esta é a segunda temporada de uma obra que começou em 2016 e, até hoje, mantém uma popularidade bastante baixa. Trata-se de um anime original sobre garotas mágicas, ou mais especificamente, bruxas mágicas, que lutam contra inimigos sobrenaturais. Pela sinopse, não parece haver muita profundidade ou um grande subtexto, então não espere algo como um Madoka Magica com cores vibrantes.
Around 40 Otoko no Isekai Tsuuhan
Este é um anime Isekai em que um homem de 40 anos é transportado para outro mundo, onde sua jornada consiste em viver uma vida cotidiana por meio de compras pela internet. Sinceramente, não entendo o que passa pela cabeça de um autor que acredita que as pessoas queiram acompanhar histórias sobre o comum. Pelos mesmos motivos que não se fala constantemente sobre o cotidiano nas notícias, não deveria existir um anime de fantasia com elementos banais. O que as pessoas realmente querem ver é o incomum. Além disso, a trama carrega um subtexto depressivo, explorando a insatisfação de um homem de 40 anos, que, incapaz de encontrar realização no mundo real, precisa recorrer a um universo de fantasia para buscar uma vida tranquila.
UniteUp! Uni
Se existe um anime musical de idols com personagens femininas, é natural que também haja um anime de idols com personagens masculinos, visando agradar a uma demografia oposta. Se algo voltado para o meu público não desperta o meu interesse, muito menos algo que não é direcionado a ele.
Sousei no Aquarion: Myth of Emotions
Ainda não há muitas informações sobre este anime, já que se trata de uma obra original e a sinopse ainda não está disponível no MAL. No entanto, com base nas poucas informações e no trailer, parece ser um mecha em que crianças comandam robôs gigantes. Além disso, o estilo de animação mostrado no trailer se distancia do habitual, lembrando mais um estilo de cartum, como o de As Meninas Superpoderosas. O título, Myth of Emotions, também sugere uma possível conexão com algo como Divertida Mente, uma versão anime da ideia de explorar emoções.
Kinnikuman: Kanpeki Chоujin Shiso-hen Season 2
Comentei sobre este anime quando a primeira temporada (a primeira temporada da volta de novos episódios, já que a original é de 1983) foi lançada neste ano e, na época, não tive interesse em assistir. Esse sentimento permanece, especialmente em relação à continuação. No entanto, é preciso reconhecer que Kinnikuman é uma franquia clássica e de longa data, com um público fiel e cativo. É o tipo de obra que, mesmo sem me atrair, tem potencial para trazer novos públicos e agradar bastante a sua demografia-alvo.
Cardfight!! Vanguard: Divinez Deluxe-hen
A nona temporada de um anime de cartas que passa quase despercebido por grande parte do público, mas que continua recebendo novas temporadas, provavelmente devido às vendas das cartas ou por razões relacionadas às dinâmicas de televisão e regulamentações japonesas. Curiosamente, mantém uma produção considerável, apesar da falta de popularidade aparente.
Mashin Souzouden Wataru
Mais um retorno de uma franquia clássica, iniciada no final dos anos 80, com várias temporadas e muitos episódios durante os anos 90. Embora eu não tenha nada contra continuações, remakes ou reboots de obras antigas, percebo que propostas desse tipo não têm encontrado grande aceitação nos últimos tempos, resultando em pouco sucesso. Além disso, trata-se de um mecha com crianças como pilotos, e o design dos robôs segue um estilo desproporcional e cartunesco, o que provavelmente afasta parte do público.
Farmagia
Adaptação de um jogo de fantasia que, admito, não joguei. Pelo trailer e pela sinopse, a história parece girar em torno de um protagonista que administra uma fazenda em um mundo de fantasia, onde cria e alimenta monstros com o objetivo de formar novos companheiros ou até mesmo um exército poderoso. Resumindo, é um anime de agricultor e pecuarista em um cenário mágico. Sinceramente, parece bem chato.
Mudei bastante coisa hein kkkkkk só pelo Grimmer agora nos meus favoritos responde isso kkkkk
Uma coisa que mudou foi o que eu achava do ritmo de Monster, me lembro que quando tinha assistido Monster pela primeira vez eu concordava com uma opinião popular de que ah Monster é um anime que vc tem que ver devagar por ser muito filosofico e cheio de detalhe, mas depois de reassistir eu discordo completamente dessa opinião agora, desde o início da minha reassistida eu fiquei cativado pra caralho com os acontecimentos do enredo, já tem coisas logo na introdução da obra que prende fácil a atenção do espectador
Tanto o Jumento de Ouro, como o Anime Awards e outras premiações afins, têm os mesmos erros. O problema é a escolha das obras que podem ser votadas e quem pode votar. A única premiação que levo a sério é a da Anime Guild Awards, porque tem os critérios mais objetivos possíveis.
O pessoal do Anime Guild Awards na pré-seleção de quais animes poderão ser elegíveis na votação popular, utilizam de forma transparente métricas tais como: a média de notas do MAL, acima de x pontos; a popularidade do anime, quantidade de membros acima de Y; resultados de votações das temporadas do ano, pegando os três melhores de votações que usaram todos os animes das suas respectivas temporadas; quantidade de obras que o estúdio fez no ano; etc. São critérios matemáticos que visam ser imparciais. Bem diferente de como o Alexandre faz, que é limitando os animes que possam ser votados, sobretudo pelos critérios do que ele gostou e assistiu. No fim, o Jumento de Ouro acaba sendo uma versão um pouco mais popular dos animes que Alexandre pré-elegeu como os melhores.
A votação do Anime Guild Awards tem duas etapas, a de uma jure popular, onde qualquer um pode votar, e outra do jure qualificado. A primeira votação pega as listas dos pré-selecionados. Listas extensas com uns 15 a 20 títulos que podem ser selecionados pelos participantes. Em seguida, essas listas vão para a segunda votação, onde ficam reduzidas para 6 títulos por categoria que o júri qualificado poderá escolher.
Importante frisar que no Anime Guild Awards ninguém vota em apenas um título por categoria, vota em três (primeiro, segundo e terceiro) ou cinco (primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto), dependendo da categoria e de qual das duas votações está participando. A ordem como cada um coloca os votos dá pontos diferentes para cada escolhido. Exemplo: o primeiro da lista ganha 9 pontos, o segundo 6, e o terceiro 3. Os pontos é que são importantes e a soma dos pontos que todos dão é que vai definir qual é o melhor. Com isso, mesmo que um anime tenha muitos votos em primeiro colocado por conta dos fãs, pode não ser eleito. Sendo essa a forma mais objetiva e seria possível. Diferente do Jumento de Ouro, que todos os anos praticamente só prestigia um anime shounen popular em todas as categorias.
Para fazer parte do júri qualificado do Anime Guild Awards tem que se pré-inscrever e ter os critérios mínimos. Os critérios são quanto tempo de animes foi consumido pelo candidato do ano que deseja participar e variedade dessas obras. Tem uma somatória de pontos, onde filmes, animes com episódios de pouca duração, animes com poucos episódios, animes com mais de uma temporada no ano, e desistidos depois de pelo menos três episódios, recebem pontuações diferentes. Essencialmente, o objetivo é que cada jurado tenha assistido a uma quantidade de horas de anime no ano que equivalha ao mínimo de 50 temporadas completas de 12 episódios, isso de animes com pelo menos vinte minutos por episódio. O Alexandre, quando começou essas votações, tinha assistido um pouco mais que 40 animes do ano passado, e vários ele dropou, ou seja, não contam nenhum ponto ou contam poucos pontos. Alexandre não teria as qualificações mínimas para ser um jurado do Anime Guild Awards que este ano conta com 21 jurados qualificados.
Por último, outro ponto que considero bem ruim em certas votações são os excessos de categorias. Quando se faz isso, aparecem categorias que ficam vagas sobre quem pode participar e quais são os critérios para definir o melhor. Por exemplo: um anime focado em drama, que tem um drama bom e contínuo durante toda a trama, pode perder o prêmio na categoria de melhor drama, para um anime que tem apenas uma cena forte dramática, mesmo que o foco do vencedor seja uma comédia. Com isso, os animes populares começam a se repetir em todas as categorias. Por outro lado, colocar critérios demais com tantas categorias temáticas pode levar à falta de candidatos em algumas. Logo, tem categorias que não fazem sentido em certas votações, que só existem pela simples falta de comprometimento de quem fez essa eleição, ou por objetivos escusos de querer prestigiar a um queridinho, ou querer sinalizar para uma agenda.
Melhor anime – Como se pode conferir no link, ninguém podia votar no Jumento de Ouro em Vinland Saga Season 2 ou Jujutsu Kaisen 2nd Season. Os quais são dois dos animes mais populares, mas bem avaliados do ano, e estão ficando nas primeiras colocações em diversas outras premiações. Alexandre pode argumentar sem razão que o melhor anime do ano não poderia ser uma continuação. No entanto, Boku no Kokoro no Yabai Yatsu não pôde ser votado, e tem média de notas maior no MAL do que Tengoku Daimakyou, Jigokuraku e Skip to Loafer.
Melhor encerramento - Ninguém poderia votar em Oshi no Ko, que tem o mais assistido e comentado do ano. Somente um dos vídeos deste encerramento tem mais de dez milhões de visualizações. Sozinho, tem mais visualizações do que todos os outros encerramentos de animes do ano. Tamanho é o absurdo em não colocá-lo na lista de elegíveis que me faltam palavras.
O nome da música de encerramento de Oshi no Ko é Mephisto, essa música pertence a uma banda chamada Queen Bee e essa mesma banda é quem toca a música no anime. O nome do vocalista da banda é Avu-chan, um japonês mestiço, budista devoto, com ascendência afro-americana. Avu-chan sempre se veste como mulher e a mídia japonesa geralmente utiliza pronomes femininos para se referir a ele. Provavelmente pelo Japão ter uma sociedade homogênea que valoriza demais a igualdade e Avu-chan ser um mestiço, seja o motivo dele não gostar de pessoas que categorizam os outros por rótulos raciais ou por gênero. Essa também é a provável causa dele se vestir como mulher.
O Alexandre, um homem branco, ocidental, classe média, não colocou o enceramento de Oshi no Ko na lista. Encerramento que é repercutido e elogiado mundialmente pela sua qualidade. Será que foi um fogo amigo de um lacrador extremante desaculturado?
Best Girl - Ninguém no Jumento de Ouro poderia votar em Kana Arima, a qual tem 16142 perfis que a colocaram como favorita no MAL, é mais do que Frieren tem. Este número não só a coloca como uma das mais prestigiadas do ano de 2023, mas de todos os anos.
Como se esse absurdo não fosse pouco, ainda colocou para votação a Tomo de Tomo-chan, em vez da Misuzu e da Carol, que estão em outras listas de premiações. Do trio de garotas, a Tomo não é só a mais sem graça, mas tem a metade da popularidade no MAL do que a Misuzu. Ressaltando que Misuzu é um personagem de suporte no mesmo anime da Tomo. Por que a Tomo mereceria essa indicação se perde para um personagem de suporte do seu próprio anime?
Melhor casal - Não lembro qual era a ordem, mas sei que na lista de melhores casais eleita pelos japoneses estavam entre os primeiros casais de Sousou no Frieren, Kusuriya no Hitorigoto e Spy x Family. Nenhum dos casais desses animes puderam ser votados na lista do Alexandre. Qual o critério que ele usou?
Melhor produção/direção – É um completo inepto alguém que passa doze anos da sua vida produzindo vídeos com críticas de animes e ainda assim consegue ter a proeza de tratar produção e direção como sinônimos. Como produção, faltou Vinland Saga II na lista de candidatos, e como direção, faltou Oshi no Ko.
Melhor ação - O Alexandre colocou na lista Mononogatari, anime que nem ele mesmo gostou, que tem as lutas ultra clichês, mal coreografadas, sem clímax, com uma animação mediana e a obra nem tem tanto ação assim se comparada a muitas outras de 2023. Um grande pecado foi não ter colocado nesta lista Kage no Jitsuryokusha 2nd Season, porque de todas as maneiras foi uma obra magnífica, se olhada como todo ou somente no foco de ação. Outras que em termos de ação foram melhores do que as desta lista: Jujutsu Kaisen, Tokyo Revengers: Tenjiku-hen, Helck, até o Spy x Family.
Melhor cena – Dos animes do ano passado, depois de Oshi no Ko, são as cenas de Sousou no Frieren que têm mais visualizações e viralizaram na internet. O Alexandre conseguiu ter a desfaçatez de não colocar ao menos uma cena de Sousou no Frieren para votação.
Quanto à cena selecionada por ele de Oshi no Ko, a morte de Ai, é uma das mais repercutidas, mas nem de longe é a melhor entre tantas outras cenas extraordinárias que Oshi no Ko tem. O mínimo que ele deveria ter feito era de ter possibilitado que pudessem votar em algumas outras cenas do anime além dessa.
Melhor Personagem Principal — Eu uso a foto de Dark Schneider no meu perfil, motivos tenho para achá-lo um ótimo personagem. Entretanto, mesmo acreditando que é o melhor personagem do ano passado, não estaria em lista com as métricas que apontei. Nem tudo é perfeito, mas isso não deve ser desculpa para desleixos.
Melhor comédia – Zom 100 é um grande anime, faz comédia com crítica social, o que é bem valoroso. No entanto, Benriya Saitou-san é absurdamente muito mais cômico e não teve se quer a oportunidade de ser votado. Além disso, houve outros animes com bem mais foco em comédia no ano passado do que esses dois e que não tiveram a oportunidade de serem votados. Qual é o critério para ser escolhido o melhor anime de comédia? É ter conteúdo, é fazer rir muito, é ter foco na comédia? Com que critério se coloca na lista Isekai Hourou Meshi em vez de The 100 Girlfriends se não for para posar de virtude?
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https://youtu.be/-oAUY3shRFs
Poucas obras conseguiram isso.
Se quiser falar sobre qualquer coisa estarei a disposição
Se quiser criticar a minha lista de animes, fique à vontade, grande homem.
Uma coisa que mudou foi o que eu achava do ritmo de Monster, me lembro que quando tinha assistido Monster pela primeira vez eu concordava com uma opinião popular de que ah Monster é um anime que vc tem que ver devagar por ser muito filosofico e cheio de detalhe, mas depois de reassistir eu discordo completamente dessa opinião agora, desde o início da minha reassistida eu fiquei cativado pra caralho com os acontecimentos do enredo, já tem coisas logo na introdução da obra que prende fácil a atenção do espectador
Se quiser conversar, fique à vontade.
https://www.youtube.com/@CanalJumentossauro/videos
Tanto o Jumento de Ouro, como o Anime Awards e outras premiações afins, têm os mesmos erros. O problema é a escolha das obras que podem ser votadas e quem pode votar. A única premiação que levo a sério é a da Anime Guild Awards, porque tem os critérios mais objetivos possíveis.
O pessoal do Anime Guild Awards na pré-seleção de quais animes poderão ser elegíveis na votação popular, utilizam de forma transparente métricas tais como: a média de notas do MAL, acima de x pontos; a popularidade do anime, quantidade de membros acima de Y; resultados de votações das temporadas do ano, pegando os três melhores de votações que usaram todos os animes das suas respectivas temporadas; quantidade de obras que o estúdio fez no ano; etc. São critérios matemáticos que visam ser imparciais. Bem diferente de como o Alexandre faz, que é limitando os animes que possam ser votados, sobretudo pelos critérios do que ele gostou e assistiu. No fim, o Jumento de Ouro acaba sendo uma versão um pouco mais popular dos animes que Alexandre pré-elegeu como os melhores.
A votação do Anime Guild Awards tem duas etapas, a de uma jure popular, onde qualquer um pode votar, e outra do jure qualificado. A primeira votação pega as listas dos pré-selecionados. Listas extensas com uns 15 a 20 títulos que podem ser selecionados pelos participantes. Em seguida, essas listas vão para a segunda votação, onde ficam reduzidas para 6 títulos por categoria que o júri qualificado poderá escolher.
Importante frisar que no Anime Guild Awards ninguém vota em apenas um título por categoria, vota em três (primeiro, segundo e terceiro) ou cinco (primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto), dependendo da categoria e de qual das duas votações está participando. A ordem como cada um coloca os votos dá pontos diferentes para cada escolhido. Exemplo: o primeiro da lista ganha 9 pontos, o segundo 6, e o terceiro 3. Os pontos é que são importantes e a soma dos pontos que todos dão é que vai definir qual é o melhor. Com isso, mesmo que um anime tenha muitos votos em primeiro colocado por conta dos fãs, pode não ser eleito. Sendo essa a forma mais objetiva e seria possível. Diferente do Jumento de Ouro, que todos os anos praticamente só prestigia um anime shounen popular em todas as categorias.
Para fazer parte do júri qualificado do Anime Guild Awards tem que se pré-inscrever e ter os critérios mínimos. Os critérios são quanto tempo de animes foi consumido pelo candidato do ano que deseja participar e variedade dessas obras. Tem uma somatória de pontos, onde filmes, animes com episódios de pouca duração, animes com poucos episódios, animes com mais de uma temporada no ano, e desistidos depois de pelo menos três episódios, recebem pontuações diferentes. Essencialmente, o objetivo é que cada jurado tenha assistido a uma quantidade de horas de anime no ano que equivalha ao mínimo de 50 temporadas completas de 12 episódios, isso de animes com pelo menos vinte minutos por episódio. O Alexandre, quando começou essas votações, tinha assistido um pouco mais que 40 animes do ano passado, e vários ele dropou, ou seja, não contam nenhum ponto ou contam poucos pontos. Alexandre não teria as qualificações mínimas para ser um jurado do Anime Guild Awards que este ano conta com 21 jurados qualificados.
Por último, outro ponto que considero bem ruim em certas votações são os excessos de categorias. Quando se faz isso, aparecem categorias que ficam vagas sobre quem pode participar e quais são os critérios para definir o melhor. Por exemplo: um anime focado em drama, que tem um drama bom e contínuo durante toda a trama, pode perder o prêmio na categoria de melhor drama, para um anime que tem apenas uma cena forte dramática, mesmo que o foco do vencedor seja uma comédia. Com isso, os animes populares começam a se repetir em todas as categorias. Por outro lado, colocar critérios demais com tantas categorias temáticas pode levar à falta de candidatos em algumas. Logo, tem categorias que não fazem sentido em certas votações, que só existem pela simples falta de comprometimento de quem fez essa eleição, ou por objetivos escusos de querer prestigiar a um queridinho, ou querer sinalizar para uma agenda.
Esse é o link da votação do Jumento de Ouro 2023:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdthhHUwFZ1iP7X0Rry2V-Mbdrn9TfuMyghQwA3iRHIFv91oA/viewform?pli=1
Melhor anime – Como se pode conferir no link, ninguém podia votar no Jumento de Ouro em Vinland Saga Season 2 ou Jujutsu Kaisen 2nd Season. Os quais são dois dos animes mais populares, mas bem avaliados do ano, e estão ficando nas primeiras colocações em diversas outras premiações. Alexandre pode argumentar sem razão que o melhor anime do ano não poderia ser uma continuação. No entanto, Boku no Kokoro no Yabai Yatsu não pôde ser votado, e tem média de notas maior no MAL do que Tengoku Daimakyou, Jigokuraku e Skip to Loafer.
Melhor encerramento - Ninguém poderia votar em Oshi no Ko, que tem o mais assistido e comentado do ano. Somente um dos vídeos deste encerramento tem mais de dez milhões de visualizações. Sozinho, tem mais visualizações do que todos os outros encerramentos de animes do ano. Tamanho é o absurdo em não colocá-lo na lista de elegíveis que me faltam palavras.
O nome da música de encerramento de Oshi no Ko é Mephisto, essa música pertence a uma banda chamada Queen Bee e essa mesma banda é quem toca a música no anime. O nome do vocalista da banda é Avu-chan, um japonês mestiço, budista devoto, com ascendência afro-americana. Avu-chan sempre se veste como mulher e a mídia japonesa geralmente utiliza pronomes femininos para se referir a ele. Provavelmente pelo Japão ter uma sociedade homogênea que valoriza demais a igualdade e Avu-chan ser um mestiço, seja o motivo dele não gostar de pessoas que categorizam os outros por rótulos raciais ou por gênero. Essa também é a provável causa dele se vestir como mulher.
O Alexandre, um homem branco, ocidental, classe média, não colocou o enceramento de Oshi no Ko na lista. Encerramento que é repercutido e elogiado mundialmente pela sua qualidade. Será que foi um fogo amigo de um lacrador extremante desaculturado?
Best Girl - Ninguém no Jumento de Ouro poderia votar em Kana Arima, a qual tem 16142 perfis que a colocaram como favorita no MAL, é mais do que Frieren tem. Este número não só a coloca como uma das mais prestigiadas do ano de 2023, mas de todos os anos.
Como se esse absurdo não fosse pouco, ainda colocou para votação a Tomo de Tomo-chan, em vez da Misuzu e da Carol, que estão em outras listas de premiações. Do trio de garotas, a Tomo não é só a mais sem graça, mas tem a metade da popularidade no MAL do que a Misuzu. Ressaltando que Misuzu é um personagem de suporte no mesmo anime da Tomo. Por que a Tomo mereceria essa indicação se perde para um personagem de suporte do seu próprio anime?
Melhor casal - Não lembro qual era a ordem, mas sei que na lista de melhores casais eleita pelos japoneses estavam entre os primeiros casais de Sousou no Frieren, Kusuriya no Hitorigoto e Spy x Family. Nenhum dos casais desses animes puderam ser votados na lista do Alexandre. Qual o critério que ele usou?
Melhor produção/direção – É um completo inepto alguém que passa doze anos da sua vida produzindo vídeos com críticas de animes e ainda assim consegue ter a proeza de tratar produção e direção como sinônimos. Como produção, faltou Vinland Saga II na lista de candidatos, e como direção, faltou Oshi no Ko.
Melhor ação - O Alexandre colocou na lista Mononogatari, anime que nem ele mesmo gostou, que tem as lutas ultra clichês, mal coreografadas, sem clímax, com uma animação mediana e a obra nem tem tanto ação assim se comparada a muitas outras de 2023. Um grande pecado foi não ter colocado nesta lista Kage no Jitsuryokusha 2nd Season, porque de todas as maneiras foi uma obra magnífica, se olhada como todo ou somente no foco de ação. Outras que em termos de ação foram melhores do que as desta lista: Jujutsu Kaisen, Tokyo Revengers: Tenjiku-hen, Helck, até o Spy x Family.
Melhor cena – Dos animes do ano passado, depois de Oshi no Ko, são as cenas de Sousou no Frieren que têm mais visualizações e viralizaram na internet. O Alexandre conseguiu ter a desfaçatez de não colocar ao menos uma cena de Sousou no Frieren para votação.
Quanto à cena selecionada por ele de Oshi no Ko, a morte de Ai, é uma das mais repercutidas, mas nem de longe é a melhor entre tantas outras cenas extraordinárias que Oshi no Ko tem. O mínimo que ele deveria ter feito era de ter possibilitado que pudessem votar em algumas outras cenas do anime além dessa.
Melhor Personagem Principal — Eu uso a foto de Dark Schneider no meu perfil, motivos tenho para achá-lo um ótimo personagem. Entretanto, mesmo acreditando que é o melhor personagem do ano passado, não estaria em lista com as métricas que apontei. Nem tudo é perfeito, mas isso não deve ser desculpa para desleixos.
Melhor comédia – Zom 100 é um grande anime, faz comédia com crítica social, o que é bem valoroso. No entanto, Benriya Saitou-san é absurdamente muito mais cômico e não teve se quer a oportunidade de ser votado. Além disso, houve outros animes com bem mais foco em comédia no ano passado do que esses dois e que não tiveram a oportunidade de serem votados. Qual é o critério para ser escolhido o melhor anime de comédia? É ter conteúdo, é fazer rir muito, é ter foco na comédia? Com que critério se coloca na lista Isekai Hourou Meshi em vez de The 100 Girlfriends se não for para posar de virtude?